Fotos: Patrick Alessi/Grupo RSCOM
Fotos: Patrick Alessi/Grupo RSCOM

O corte das árvores da Avenida Osvaldo Aranha, em Bento Gonçalves, reacendeu a discussão sobre arborização urbana, segurança e mudanças no trânsito da via. A intervenção, que envolve a retirada de jacarandás com mais de 40 anos, ocorreu após avaliação técnica da Prefeitura e consulta à Associação Amigos do Meio Ambiente (AAECO).

Segundo o ativista da entidade, Gilnei Rigotto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente buscou a opinião da AAECO antes da execução do serviço. Ele explica que os jacarandás, plantados décadas atrás sob a rede elétrica — situação considerada inadequada diante das normas atuais — haviam passado por podas drásticas para evitar interferência na fiação. Essa intervenção recorrente, somada ao crescimento desigual da copa, teria comprometido a estabilidade das árvores.

“A bifurcação delas ficava em direção à via, e o galho era cortado de forma radical. Isso deixava todo o peso voltado para a calçada. Em um vendaval, poderiam cair sobre os transeuntes”, afirma Rigotto.

Por esse motivo, a AAECO declarou apoio ao corte, desde que acompanhado de reposição adequada.

A entidade defende que o replantio seja feito com mudas de 2,5 a 3,5 metros de altura — espécies de porte máximo entre 4,5 e 5 metros, compatíveis com a rede elétrica e previstas no Código Municipal de Arborização Urbana. Rigotto também sugere que o Município adote um planejamento mais rigoroso para evitar que árvores sejam plantadas em locais inadequados, como ocorreu no passado.

Impacto no Comércio Local e Ações da Prefeitura

Além do aspecto ambiental, comerciantes e moradores devem ser impactados com as mudanças no trânsito. A retirada dos estacionamentos no lado direito da via, no sentido Cidade Alta–São Roque, deve diminuir a oferta de vagas para clientes e serviços, o que pode afetar a dinâmica do comércio local. Ainda não há informações oficiais sobre alternativas previstas para compensar a redução dos espaços.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Bento Gonçalves para solicitar esclarecimentos sobre o diagnóstico que embasou o corte, o projeto de reposição das árvores e as mudanças no planejamento urbano e no estacionamento da via, e aguarda retorno.