
Nesta quinta-feira, 1º de maio, data que marca um ano da tragédia climática que atingiu Bento Gonçalves e o Estado, a cidade realizou homenagens às vítimas da tragédia climática. Conforme a contagem, a tragédia deixou 13 mortos e quatro pessoas ainda seguem desaparecidas no município.
Logo pela manhã, moradores da comunidade de Faria Lemos, uma das mais atingidas, participaram de uma caminhada solidária de 6,5 km até a Linha Imaculada — local onde 80 pessoas ficaram ilhadas no auge da calamidade. Também foi realizado o plantio de árvores. O evento reuniu cerca de 300 pessoas, equipes de quadriciclos, motos e UTVs.
À tarde, a programação seguiu com uma missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Faria Lemos, celebrada às 15h. Na sequência, a Prefeitura inaugurou um monumento em memória da tragédia e suas vítimas. Homenagem também valoriza os envolvidos nos resgates e na reconstrução das áreas afetadas.
Em frente ao salão comunitário — que, em 2024, serviu como abrigo e centro de operações de resgate — foi plantado um plátano como símbolo de resistência. Junto à árvore, foram colocadas duas pedras com placas alusivas, sendo que em uma delas estão os nomes das vítimas fatais e desaparecidas da tragédia climática no município.
Edvaldo Galon, morador da Linha Alcântara, entende que os homenageados são todos merecedores, já que realizaram um trabalho de extrema importância para a comunidade na época.
“Para nós é muito simbólico, já que a situação foi intensa e preocupante. É de todo o coração que essas pessoas são merecedoras dessa homenagem”, relata Galon.
Vicente Tomasi, coordenador dos voluntários civis, expressa o orgulho em fazer parte de um grupo que atuou, não por títulos e reconhecimentos, mas pelas pessoas.
“É um orgulho para todos nós voluntários e para toda a comunidade, que demonstrou força e um único objetivo de que ninguém ficaria para trás”, se emociona.
No mesmo dia, o movimento Unidos Por Bento inaugurou dois monumentos, um em Faria Lemos e outro em Tuiuty, reforçando a união de esforços da comunidade. Integram o movimento diversas entidades, como CIC-BG, CDL, OAB, Aprovale, Tacchini e outras instituições da cidade, além de pessoas físicas, que se mobilizaram desde o primeiro momento em apoio aos atingidos.
Carlos Lazzari, presidente da CIC Bento Gonçalves, destaca o quão importante foi trabalho intenso e coletivo do Movimento Unidos por Bento, que fez diferença na captação e distribuição de recursos para os atingidos pelas enchentes, e, principalmente, àqueles que mais necessitavam. Ele também ressalta o simbolismo das homenagens.
“Foram muitas mãos, muitas pessoas que nos ajudaram a fazer aquilo que conseguimos e em pouco tempo proporcionar um retorno de vida às famílias do interior”, pontua.
Os 675 mm de chuva, registrados em um curto período de dias, levaram Bento Gonçalves a um cenário catastrófico com deslizamentos que atingiram áreas urbanas e rurais do interior, deixando, além de inúmeras perdas, marcas na memória de toda uma população.