Cidades

Atos em memória das vítimas marcam 11 anos da tragédia da boate Kiss

Familiares pedem justiça pelos 242 mortos em incêndio em Santa Maria

(Foto: Marcelo Oliveira / @kissquenaoserepita / Redes sociais / Reprodução)
(Foto: Marcelo Oliveira / @kissquenaoserepita / Redes sociais / Reprodução)

O incêndio da boate Kiss completa 11 anos neste sábado (27). A data foi marcada por homenagens aos 242 mortos na tragédia, que também deixou outras 636 pessoas feridas, em Santa Maria. Os atos ocorreram entre a noite de sexta-feira (26) e essa madrugada.

Uma tenda para vigília foi montada na Praça Saldanha Marinho, onde familiares das vítimas, amigos e sobreviventes iniciaram uma caminhada. O grupo percorreu as ruas em direção ao prédio onde funcionava a casa noturna, na Rua dos Andradas.

Próximo às 2h30min, foram lidos os nomes das vítimas. O horário foi o mesmo em que iniciou o incêndio, no dia 27 de janeiro de 2013.

Mascaras brancas, que eram utilizadas pelos participantes, foram penduradas em frente à estrutura. Além disso, itens pessoais dos mortos foram colocados na calçada, acompanhados de flores.

Atos lembrando a tragédia ocorrem em Santa Maria desde terça-feira. Placas de cor preta foram espalhadas por ruas, na área Central e em frente à boate. Os cavaletes, muitos com nomes e fotos, exibem dizeres como “Eu não sou apenas um número”.

O novo julgamento do caso está marcado para o dia 26 de fevereiro. Um primeiro júri popular ocorreu em dezembro de 2021, presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. O julgamento teve duração de dez dias, se tornando o mais longo da história do RS.

Na ocasião, os sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e do produtor de palco Luciano Bonilha Leão, chegaram a ser condenados a penas que variaram entre 18 e 22 anos de prisão, por homicídio com dolo eventual.

O quarteto foi preso após o então presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspender um habeas corpus concedido pela 1ª câmara Criminal do TJRS.

Em agosto de 2022, no entanto, a decisão do júri foi anulada pelo TJRS, que atendeu recursos das defesas alegando irregularidades no processo como, por exemplo, uma suposta reunião entre Faccini e os jurados sem a presença de advogados dos réus. Todos os acusados permanecem soltos desde então.

Fonte: Correio do Povo