A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou nesta segunda-feira (16) os resultados das análises da água da chuva realizada na última semana em Porto Alegre. O objetivo foi avaliar o impacto das queimadas. As amostras, coletadas nos dias 12 e 13 de setembro no Bairro Partenon, foram analisadas para verificar a presença de fuligem e partículas em suspensão.
Utilizando sondas multiparâmetros YSI PRODSS, os técnicos da Fepam mediram pH, turbidez, condutividade, salinidade, oxigênio dissolvido e potencial de oxirredução (ORP). Os resultados não indicaram concentração significativa de partículas finas. A turbidez da primeira amostra, coletada no dia 12, foi de 40,59 NTU. Enquanto isso, a do dia 13, obtida durante chuva mais intensa, registrou 5,0 NTU, próxima ao valor de referência.
Embora a coleta tenha ocorrido fora do prazo ideal para algumas análises, como pH e oxigênio dissolvido, a equipe da Fepam destacou que as condições gerais da água não sugerem impactos diretos das queimadas. A fundação continuará monitorando a água da chuva enquanto houver fumaça no ar.
Monitoramento da qualidade do ar e previsões meteorológicas
Além da análise da água, a Fepam segue realizando o monitoramento da qualidade do ar e divulgando os resultados em seu site. De acordo com a Sala de Situação da Sema, os ventos predominantes do quadrante Norte podem voltar a trazer fumaça ao RS entre quarta (18) e quinta-feira (19). Com a chegada de uma frente fria na sexta-feira (20), a expectativa é que essa condição melhore.
Entenda a “chuva preta”
A “chuva preta” ocorre quando partículas de fuligem, resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos, se misturam às gotas de chuva. Dessa forma, essas partículas finas, especialmente as PM2,5, podem ser transportadas por longas distâncias, como foi observado na última semana em Porto Alegre.