JUSTIÇA

Acusado de matar ex-companheira estrangulada em Caxias do Sul é condenado a 30 anos de prisão

Crime, que aconteceu em 2022, motivou até facção divulgar “nota de esclarecimento”. Julgamento ocorreu nesta quarta-feira (4) e réu pegou pena máxima

Réu por matar ex-companheira estrangulada ocorre nesta quarta (4) em Caxias do Sul
Réu por matar ex-companheira estrangulada ocorre nesta quarta (4) em Caxias do Sul

Alaor de Jesus Pinheiro, 38, foi condenado a 30 anos de prisão em regime inicial fechado por matar estrangulada a ex-companheira, Jussara de Souza Oliveira, 51, em Caxias do Sul. O Tribunal do Júri teve início às 9h desta quarta-feira (4) e encerrou por volta das 14h30min. Ele foi acusado de homicídio triplamente qualificado e estava preso preventivamente desde janeiro de 2023. O crime aconteceu no fatídico 29 de agosto de 2022 na rua Virgínia Vebber Masotti, no bairro Centenário. A vítima possuía medidas protetivas.

Jussara de Souza Oliveira foi encontrada sem vida dentro de sua residência

De acordo com o Ministério Público (MP), Pinheiro, descontente com o processo de separação, matou Jussara estrangulada. A causa mortis, determinada pelo Instituto-Geral de Perícias, foi “asfixia mecânica por esganadura ou estrangulamento”. Além do meio cruel, o réu foi condenado por motivo torpe – sentimento de posse e não aceitar o fim da relação – e, também, por ter atentado contra a mulher em contexto de violência doméstica.

Evidencias periciais, tais como em séries de TV americana, mostraram que Jussara foi espancada antes da morte, já que o corpo apresentava múltiplas lesões. A apreensão de bitucas de cigarro na cena do crime foi base para captura de DNA de Alaor. Ao ser preso após constar como foragido, os peritos confirmaram a presença do material genético do réu nas bitucas e também em amostra recolhida debaixo das unhas da vítima.

Alaor de Jesus Pinheiro havia sido capturado em janeiro de 2023 por agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) na rua Padre Ângelo Tronca, no bairro São Luiz, em Caxias do Sul. A Polícia Civil o procurou por quatro meses.

Nota de facção

Em setembro de 2022, circulou pelas redes sociais uma “nota de esclarecimento”, em nome da facção “Os Manos”, o qual repudia a ação de feminicídio ocorrida contra Jussara. De acordo com a facção, o autor do feminicídio estaria se passando por integrante da organização criminosa para ameaçar os familiares da vítima. Porém, um trecho da nota divulgada diz que “este verme não faz parte da nossa facção. Não concordamos nem apoiamos este tipo de crime. Sendo que se encontrarmos antes da polícia nossas leis serão aplicadas a este homem”.

Medidas Protetivas

Alaor de Jesus Pinheiro havia sido preso em 19 de janeiro de 2022 por descumprimento de medidas protetivas em face da vítima Jussara de Souza Oliveira. Porém, ele foi solto no dia 7 de abril daquele ano. Ele já havia sido condenado por crimes relacionados à violência doméstica.

Júri

Além da atuação da promotoria do Ministério Público, a acusação teve assistência dos advogados Lucas Preussler e Gabriel Pinheiro Cayres Pinto. O réu foi representado pelo defensor público Cláudio Luís Covatti. Em depoimento, o condenado negou ter cometido o crime contra a ex-companheira.