A morte da cantora Marília Mendonça completa um ano neste sábado, 5, e as investigações sobre o acidente aéreo do qual a artista foi vítima ainda não foram concluídas. A Polícia Civil de Minas Gerais, responsável pela investigação do caso, deu novos detalhes na sexta-feira, 4, sobre o que pode ter causado a queda da aeronave em Caratinga, interior de Minas. Em coletiva de imprensa, o delegado Ivan Sales explicou que a investigação vem sendo conduzida considerando três fatores: meio, humano e máquina. “Vamos estabelecendo algumas premissas e na medida que a gente vai descartando [hipóteses], a gente vai caminhando para a conclusão dos fatos”, comentou. De acordo com as investigações, “não há dúvidas que a aeronave se chocou no para-raios da rede de transmissão” da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Também foi concluído que essas torres não tinham a obrigatoriedade de estarem sinalizadas devido à altura e à localização delas. Ivan disse que, considerando depoimentos que constam nos autos, o piloto “acabou saindo do padrão de pouso em Caratinga” e o que se questiona agora é o motivo disso ter acontecido.
Condições meteorológicas
No dia do acidente, as condições meteorológicas eram favoráveis para o que os profissionais chamam de “voo visual”, com isso, o delegado falou que está descartada a hipótese de que algo obstruiu a visão do piloto, Geraldo Medeiros, ou do copiloto, Tarciso Viana. Também foi descartado que o comandante da aeronave teve um mal súbito, um infarto, um AVC ou que estava sob efeito de algum medicamento. “O que a gente precisa entender é por que o piloto voava tão baixo naquele local”, comentou o delegado, que especificou o que falta para a Polícia Civil concluir o caso. “Por precaução, a gente precisa descartar o fator máquina, ou seja, que o motor por algum motivo apresentou algum problema que fizesse com que o piloto voasse tão baixo. A gente aguarda a elaboração dos laudos do Cenipa [Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos].” Caso esses laudos finais indiquem que não houve falha no motor, Ivan disse que será possível “caminhar para a conclusão de uma falha humana”. Por fim, ele enfatizou que independente da conclusão, o que houve no dia 5 de novembro de 2021 foi um acidente.
Piloto do avião de Marília Mendonça não seguiu padrões de pouso, diz PCMG
A investigação da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre a queda do avião que resultou na morte de Marília Mendonça ainda não foi concluída, mas a Polícia Civil não descarta a possibilidade de falha humana no acidente. De acordo com o relatório inicial, a aeronave caiu após atingir uma linha de distribuição de energia pouco antes de pousar. Com voo baixo, o veículo aproximou-se do aeroporto de Caratinga fora da área de proteção, que inclui um raio de três quilômetros. As torres de energia estão fora do perímetro, o que significa que não havia sinalização obrigatória.
Um piloto que voava no mesmo dia e que foi ouvido pela Polícia Civil de Minas Gerais, relatou que ouviu o piloto do avião de Marília dizer que estava na “perna do vento da 02”, o que significa que ele fez a aproximação pelo lado correto e que pousaria em cerca de um minuto e meio. Segundo o delegado regional de Polícia de Minas Gerais, Ivan Lopes Sales, a prática não aconteceu. “A gente sabe que até um minuto e meio, não havia qualquer tipo de problema na aeronave. Ele não reportou qualquer tipo de problema. O piloto acabou saindo do padrão de pouso de Caratinga. Quando ele sai dessa zona de proteção do aeródromo, qualquer eventual obstáculo que tiver, é por conta e risco dele”, disse.
Após os depoimentos, os investigadores concluíram que as condições climáticas eram favoráveis e que não atrapalharam a visibilidade. A polícia aguarda documentos do CENIPA para que as investigações sejam concluídas.
Fonte: Jovem Pan