
No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre células-tronco e diabetes.
O diabetes mellitus continua sendo uma das doenças crônicas mais desafiadoras da atualidade, afetando milhões de pessoas e impactando a qualidade de vida e a longevidade da população mundial. Apesar dos tratamentos convencionais ajudarem a controlar a glicemia, ainda não há cura definitiva. Assim, a medicina regenerativa surge como uma nova fronteira científica e o uso de células-tronco aparece como uma das apostas mais promissoras.
É o que revela um novo estudo do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito. A pesquisa analisa os avanços obtidos entre 2019 e 2025 no uso de diferentes tipos de células-tronco para o tratamento do diabetes e suas complicações. De acordo compesquisadores, o grande diferencial da terapia celular é a capacidade de atuar nas causas da doença, e não apenas em seus sintomas.
O tratamento com células-tronco busca restaurar a função das células pancreáticas ou modular a resposta imune, permitindo que o organismo volte a produzir insulina de forma natural ou reduza a agressão autoimune que destrói essas células. Os resultados dos estudos pré-clínicos são animadores. Em modelos animais, já observamos melhora significativa no controle glicêmico e até redução da necessidade de insulina exógena.
O artigo revisa o uso de quatro principais tipos de células-tronco:
– Células-tronco embrionárias (ESCs);
– Células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs);
– Células-tronco mesenquimais (MSCs);
– Células-tronco hematopoiéticas (HSCs).
Cada uma delas apresenta vantagens e desafios. As embrionárias e as pluripotentes induzidas, por exemplo, possuem alto potencial de diferenciação e podem gerar células semelhantes às pancreáticas. Já as mesenquimais têm se destacado pela segurança e pela capacidade de modular inflamações e favorecer a regeneração tecidual.
Apesar do avanço científico, a transição entre laboratório e prática clínica ainda enfrenta barreiras. Segundo especialistas, ainda é preciso padronizar protocolos, entender os mecanismos de ação de forma mais profunda e garantir a segurança a longo prazo dos pacientes. A terapia celular não é uma solução única, mas sim um campo em evolução. O desafio está em transformar o sucesso laboratorial em resultados clínicos replicáveis e seguros.