Município, aqui tudo começa

A ladainha se repete de maneira sincrônica a cada quatro anos, sempre por ocasião da campanha para eleição de deputados. Nos cansamos de ouvir a velha queixa de que tem muito candidato de fora vindo buscar nossos votos e aí, depois de eleitos, estes alienígenas voltam ao seu planeta de origem. Nosso amado rincão fica esquecido ou relegado a segundo plano.

Verdade seja dita, de uns anos para cá, com o advento e popularização das emendas parlamentares, há uma forma dos deputados “pagarem” a confiança neles depositada.

Outra frase tão surrada quanto verdadeira é a que dá título a este texto. Vivemos num país e num estado, mas vivemos mesmo é no município. A cidade é o nosso berço e se o Estado e a União estiverem bem, tanto melhor. Mas, como sabemos bem, isto vai demorar um bocado de tempo, se é que este dia chegará. Então nos resta atuar de forma construir um município pleno de oportunidades, com segurança, limpo, educado e com leis justas. Isto passa pela eleição municipal.

Nos próximos dias cada município terá as convenções dos partidos em que candidatos a prefeito, vice e vereador serão escolhidos. Muita gente olha para o rol de candidatos e torce o nariz. Parece que não há nome a altura para atender as expectativas. Ora, não é bem assim. Há gente que se reparou a vida inteira para buscar esta oportunidade. Se vai conseguir fazer o melhor depois de eleito depende de tantas variáveis que fica difícil enumerar.

O importante é que nos lembremos que a coisa pública tem um andar todo próprio, que um chefe de executivo precisa contar com bom plano de governo e com apoio dos vereadores. Cabe ao eleitor, tão somente, escolher bem em quem voar e depois cobrar a boa conduta do seu candidato caso ele se eleja.

Vale lembrar que um político quando pede o voto está pedindo uma procuração pra te representar. Só simpatia, só ser teu amigo não é garantia de boa representatividade. Aliás, a eleição municipal tem disto, são tantos amigos concorrendo tantos interesses em acomodar A ou B num posto depois, que isto só não pode servir como fato decisor do voto.

É momento, portanto, de pesar decisões e consequências. O problema é que o voto é singular e para eleger alguém é preciso muito voto. E aqui não tem peso qualitativo. O sufrágio de cada um tem o mesmo valor, o que não deixa de ser desestimulante.