Lugar de criança é na escola (?!)

Este momento traz várias reflexões… Muitos tiveram que se “reinventar”. E quando falamos em educar, devemos primeiro investigar o que é educação? Ao invés de quais assuntos, livros e cursos que devemos escolher. Devemos nos perguntar primeiro se não estamos sendo educados apenas para nos ajustar a um sistema materialista.

Nosso ensino está focado em ensinar jovens e adultos a ter uma boa carreira e capacidade para ganhar dinheiro. A existência humana está sendo totalmente negligenciada. Isso é muito limitado e totalmente restrito a um mundo e condição externa ao ser humano e todo educador deve estar preocupado com a completude das circunstâncias da vida.

Por certo a escola tem sua importância, mas há muito tempo acredito que escolarização deixou de ser sinônimo de educação e alguns valores perderam a importância. É enaltecida a memorização e não o aprendizado através da reflexão. Quantos conteúdos e disciplinas foram priorizados e colocados em lugar de destaque que na vida prática pouco ou nunca são usados. Lembro que sofri muito para decorar a fórmula de “Bhaskara”, pois tinha e ainda tenho dificuldade de memorização, mas que ao menos no meu caso, nunca usei. Nosso modelo de ensino está superado, novas ideias pedagógicas devem surgir e neste caso o momento está propiciando isso. Aliás, nem “ideia” se escreve da mesma forma, ainda não entendi o porquê de tantas mudanças? Alguns dizem que está relacionado à etimologia, mas as crianças ainda nem aprenderam o verdadeiro sentido e complexidade deste termo.

Também sei que cada família tem sua realidade e a escola por vezes serve para suprir necessidades alimentares. Contudo, também serve de depositário para alguns pais que não querem o compromisso de educar os filhos, se eximindo desta obrigação e jogando inteira responsabilidade aos professores, imputando sua própria falha ao sistema de ensino.

Você já experimentou levar café na cama para seu filho? Sim, penso que o melhor caminho do aprendizado é o amor e ele não deve ser apenas sentido, mas exteriorizado e praticado, pois o exemplo é melhor assimilado que o conselho. Receber um abraço apertado e um beijo de agradecimento não tem preço. Mas não é só isso, um filho deve aprender que na vida não apenas recebemos, precisamos dar e principalmente se dar, estabelecendo uma conexão, pois a existência entre os seres e a natureza é retributiva.

Compartilhe suas dificuldades, faça perguntas, instigue o raciocínio para que descubra sua própria verdade, fazendo nascer novos conhecimentos. Demonstre que as disciplinas estão presentes na natureza (Biologia, Fisiologia, Matemática, Física, etc), ninguém é tão limitado que não possa ao menos transmitir sua experiência de vida. O que não souber, busque saber para transmitir. Use os ensinamentos culturais, como por exemplo dos animais quando estão doentes que procuram espontaneamente a erva certa para se medicarem. Que a disposição da copa das árvores indica a incidência dos ventos e perfaz uma matemática de equilíbrio entre os galhos. Saliente ainda que a melhor disciplina é a própria disciplina e as demais se alicerçam nela, onde o mais organizado vai sempre superar o mais inteligente.

O que pretendo mostrar é que a compreensão da plenitude da vida não se dá exteriormente, no sentido de mudar as pessoas ou coisas na sua volta, mas internamente, no íntimo de cada um. Estamos tentando mudar o caráter humano a partir do exterior e chamamos isso de “educação”. O reflexo desta sistematização educacional seletiva fará com que abalos emocionais venham a sofrer maior impacto diante dos relacionamentos. Devemos mudar psicologicamente e avançar no sentido de se libertar de caminhos conservadores que torturam nossa mente e trazem ansiedade, depressão e medo, cada vez mais comum nos dias atuais, pois cria um ambiente de rivalização.

Dividimos a vida em exterior e interior. Certamente a psique é algo complexo, mais difícil de entender. Contudo, do contrário que deveria, o ensino está dando mais ênfase ao exterior que nada mais é que o bem estar físico, o comércio e as riquezas. Podemos cultivar a mente humana para uma harmonia entre estes dois valores para caminharem juntos, pois somos uma dualidade de corpo e alma e cada parte possui suas necessidades e compensações, sendo uma breve e passageira outra eterna.

Você pode mudar ou permanecer com a vida que têm, mas o importante é desfrutar dela da melhor forma possível, conforme suas convicções, mas sem sofrimentos.

Por fim, quero concluir dizendo que temos que parar de suspirar as dificuldades que as circunstâncias impõem e aceitá-las de cabeça erguida, como meio de provação e aprendizado caso contrário, transformaremos nossas vidas em um muro de lamentações.

Fiquem todos com Deus!!!
Escrito por Mauro Falcão, em 26.05.2021, para o Portal Leouve e Tábuas da Verdade.