O bento-gonçalvense Jorge Paganin reside há praticamente 33 anos em Los Angeles na Califórnia. Ele faz parte do grupo de debatedores do Programa Sem Nome, que é transmitido diariamente pela Rádio Bento 1070 e no facebook do Portal Leouve.
Nesta sexta-feira (10), ele descreveu o terror do fogo descontrolado em seis a sete grandes focos em áreas diferentes de Los Angeles e que está causando enormes prejuízos. Em duas localidades – Pacific Palisades e Altadena – os incêndios são considerados o primeiro e o segundo maior de todos os tempos na Califórnia. Dez mortes já foram computadas.
Durante o programa, que teve a participação deo jornalista Ademir Antônio Bacca e do articulista Antônio Frizzo, Paganin revelou que sua casa está a uma distância média de cinco a dez quilômetros de um dos focos, distância esta considerada muito pequena.
“Ficamos atentos as mudanças na direção dos ventos, se vier para o lado da nossa residência temos poucas horas para empacotar o que der e sair”, descreve o bento-gonçalvense.
Ele revela que em 2018 chegou a ter que sair de casa juntamente com vizinhos e que algumas casas da vizinhança foram atingidas.
Vegetação seca + ventos
A origem do fogo é o casamento de fatores naturais adversos. A vegetação está muito seca pela falta de chuvas, a umidade relativa do ar muito baixa (20% ou menos) e os ventos são fortíssimos, com rajadas de 100 a 150km horários.
“Basta uma faísca e as casas aqui normalmente tem árvores ou gramado na frente e como tudo está seco, fica difícil de controlar.”
Paganin elenca outros fatores que levam o fenômeno ser tão grave desta vez. A vegetação e a topografia de Los Angeles colaboram.
“Aqui existem muitas montanhas e Vales e o fogo montanha acima é difícil de controlar. Então se não for controlado no primeiros momento não se consegue mais até que ele chegue ao topo.“
Além disto, os incêndios este ano chegaram fora de época, de modo que o equipamento pesado de outros estados não estavam disponíveis como de hábito. Apenas agora aviões e helicópteros chegaram. Além deles são centenas de carros de bombeiro e milhares de homens no combate ao fogo.
“Ontem mesmo houve uma virada no vento e nos assustamos, mas ficou tudo sob controle.”
Paganin relata ainda que na área de Pacific Palisades o fogo agora está controlado. Trata-se de uma região com residências de luxo e casas de 5, 10, 20 milhões de dólares que estão destruídas. Casas vizinhas que não tenham sido atingidas ficam inabitáveis pelo cheiro do fogo que toma conta do ambiente.
Incontrolável
A tendência, segundo Paganin é que até domingo os focos ainda existentes estejam controlados porque desde a quinta-feira, 09, o vento diminuiu. Mas já há uma grande preocupação de que a partir da semana que vem novos focos possam se espalhar porque há previsão de novos vendavais.
Questionado sobre a origem do fogo, ele diz que basta uma faísca da rede elétrica com fios derrubados pelo vento, ou um carro que peque fogo ao lado da vegetação seca, e o mal está feito.
“Nós tivemos a energia cortada por dois dias, tudo para evitar alugum princípio de incêndio que depois não se consegue parar.”
Ainda pela descrição de Paganin, com o vento forte, o fogo consegue facilmente atravessar uma auto-estrada de 14/ 16 pistas. Incontrolável.