Caxias do Sul

Reitora eleita da UFRGS quer ouvir estudantes, empresas e prefeituras para definir cursos no campus em Caxias do Sul

Márcia Barbosa visitará cidade, no dia 9 de setembro, para conhecer as instalações do Campus 8, área preferencial para receber extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2025

Reitora eleita da UFRGS pretende fazer estudo de viabilidade para definir cursos que serão ofertados no campus da Serra Gaúcha
Márcia Barbosa deve ser nomeada oficialmente ao cargo até o início do semestre, em 23 de setembro | Foto: Governo Federal/Divulgação

A reitora eleita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, visitará Caxias do Sul no dia 9 de setembro para conhecer as instalações do Campus 8, área preferencial para receber uma extensão da UFRGS que atenda a Serra Gaúcha. Em entrevista ao Portal Leouve, na terça-feira (27), a professora revelou que, ao assumir o comando da instituição, irá desenvolver um estudo de viabilidade para definir quais cursos serão ofertados pela unidade no maior município da região.

Desde o anúncio do Ministro da Educação, Camilo Santana, no início de junho, a pasta do governo federal definiu que serão investidos R$ 60 milhões no empreendimento, com previsão de entrega para 2025. A ideia inicial é que sejam disponibilizados seis cursos.

Em audiência pública, no mesmo mês, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) oficializou o interesse em oferecer o espaço do Campus 8 para sediar a extensão da UFRGS. O último episódio ocorreu em 29 de julho, quando representantes do MEC e da futura administração da universidade federal gaúcha, por meio do vice-reitor eleito Pedro Costa, conheceram a estrutura da UCS, às margens da ERS-122, na saída de Caxias para Farroupilha.

Márcia Barbosa explica que o estudo consistirá na realização de um levantamento das preferências dos estudantes da Serra para graduação, e confrontamento desses dados com informações sobre o que o mercado de trabalho da região oferece.

O mapeamento terá início com um olhar dedicado à série histórica do vestibular da UFRGS, de acordo com ela.

“Quero fazer um estudo de viabilidade que vai envolver uma conversa com estudantes para saber o que eles querem. Precisamos ter segurança em saber que cursos os jovens da Serra estão interessados em fazer, ao mesmo tempo que também vou conversar com o empresariado local para saber onde tem emprego. Precisamos formar pessoas com empregabilidade”, afirmou.

“Temos que entender se têm alunos e se tem mercado. Essas duas perguntas são muito importantes, não faz sentido abrir um curso sendo que as pessoas ficarão desempregadas depois“, reforçou a professora.

O projeto pensado, conforme Márcia Barbosa, também terá diálogos com as prefeituras e secretarias municipais de educação da Serra, com o intuito de, entre outras medidas, levar às escolas questionários para atingir um mapeamento global das vontades dos estudantes.

“Tendo feito esse plano, o levaremos ao conselho universitário da UFRGS para aprovação. O conselho só aprovará se for um projeto interessante para a UFGRS, ou seja, se tiver público – estudantes – e garantirmos que esses estudantes, depois de formados, vão ter locais para trabalhar”, disse.

Márcia Barbosa foi eleita reitora e Pedro Costa vice-reitor da UFRGS em julho, após a eleição no Conselho Universitário (Consun). Entretanto, para assumirem os cargos efetivamente, precisam antes da confirmação do Ministério da Educação, etapa que passa pela conformidade da documentação de votantes e candidatos, e a nomeação por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tendência é de que seja respeitada a ordem da lista tríplice possibilitada pelo pleito do Consun, que colocou Márcia e Costa em primeiro lugar.

“Nosso próximo semestre começa no dia 23 de setembro, então minha expectativa é estar nomeada nessa data. Mesmo antes disso, já estou fazendo visitas e encaminhamentos”, informou a reitora eleita.

Visita ao MEC

A futura dirigente da UFRGS estará em Brasília (DF) até sexta-feira (30) para avançar conversas com o Ministério da Educação. Márcia Barbosa busca, especificamente, uma agenda com o secretário de Educação Superior, Alexandre Brasil, nesta quinta (29), negociar uma ampliação no valor destinado pelo MEC à extensão da universidade federal na Serra.

“Pretendo aprofundar as conversas com o MEC, principalmente, porque quero mais recursos do que os R$ 60 milhões. Para fazer cursos de excelência precisamos de um pouco mais de dinheiro. Preciso desafiar o MEC”, indicou.

A agenda também inclui visita aos parlamentares da bancada gaúcha no Congresso para pleitear projetos.