Policiais de Vacaria recebem suporte psicológico após resgate de família exposta a gás em casa

A cidade de Vacaria ficou devastada com a tragédia envolvendo uma família do bairro Vitória. Neste domingo (10), sete pessoas foram encontradas intoxicadas por gás emitido de um gerador de energia, que estava dentro da residência na Rua Noel Rosa. A mãe faleceu no local e três filhas morreram a caminho do hospital. Duas crianças e o companheiro da mulher permanecem internados, inclusive, os menores foram transferidos para um hospital de Santa Maria. Os policiais que atenderam a ocorrência, também tocados pela forma como tudo aconteceu, receberão atendimento psicológico e serão acompanhados pelas equipes de saúde e segurança nos próximos dias.

Cerca de dez militares chegaram após terem sido acionados para prestar apoio no local, onde aconteceu o acidente provocado pelo gerador de energia. Ao ver determinada situação da família desacordada e a casa invadida pelos diversos gases poluentes, alguns membros sem reação e outros, ainda com sinais vitais, os policiais não mediram esforços para levar os sobreviventes ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira. Porém, apesar de todas as tentativas de salvar a família, três crianças não resistiram e faleceram. Contudo, três pessoas sobreviveram, sendo os irmãos Vitória Costa da Silva, 7 anos, e Elias Costa da Silva, 9, ambos transferidos para atendimento em Santa Maria, e o companheiro da mãe das crianças, Maique Santos da Silva, 31 anos, que permanece internado em Vacaria. Os policiais, após o atendimento das vítimas, ficaram muito abalados, e sendo assim, passarão por acompanhamento psicológico e serão afastados para recuperação do trauma.

Segundo o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Nordeste, coronel Luis Fernando Becker, o procedimento adotado pelos policiais visa a integridade humana, sendo assim, a equipe utilizou de todos os meios disponíveis para tentar salvar os membros sobreviventes da tragédia. “Os nossos policiais vinculam sua família no momento em que passa por uma situação triste como essa, envolvendo essas crianças e não tem como fugir disso. Vamos apoiar os nossos policiais que tiveram coragem e mantiveram coesão de dar todo o encaminhamento necessário, mas o sentimento depois cobra. O corpo humano acaba acordando do choque. Por isso, estamos acompanhando esses militares e daremos o suporte para que eles também deem continuidade a suas vidas profissionais”.

O transtorno, conforme o coronel, gira em torno das vidas que não puderam ser salvas, e isso fica gravado na memória dos policiais que atendem a esses tipos de casos. “Existe uma tentativa de se prestar o máximo de socorro. Infelizmente algumas vidas não conseguiram ser salvas, mas, três vidas, esses dois anjinhos e o senhor, conseguiram lutar pela vida. Esperamos que eles se recuperem, que voltem a ter o convívio com o restante da família. Mas, infelizmente, tal é esse ponto de tentar salvar alguém e não conseguir, isso acaba afetando nossos policiais, pois como seres humanos, eles tentam auxiliar o outro e no momento que não consegue com êxito, causa um transtorno nesse militar”.

Morreram em decorrência da intoxicação a mãe, Cíntia de Moraes Costa, 36, e as filhas Samara Costa da Silva, três, Cintia Maria Costa da Silva, 11, e Ana Júlia Costa da Silva, 15. O velório ocorreu no Salão São Cristóvão, no bairro Monte Claro, em Vacaria. Elas foram sepultadas na manhã desta segunda-feira (11), no Cemitério São Francisco.

Os policiais tiveram que passar por atendimento médico, passando por exames e medicação, pois acabaram inalando parte do gás vazado pelo gerador de energia elétrica distribuído na casa.

Caso ascende alerta para eventuais acidentes com aparelhos