Caxias do Sul

Revogada pela justiça a interdição de Casa Lar localizada em Caxias do Sul

No dia 24 de maio, a casa foi interditada por situações que segundo o juizado, colocava crianças e adolescentes em situação de risco

(Foto: Mateus Argenta / Divulgação )
(Foto: Mateus Argenta / Divulgação )

Na tarde desta sexta-feira (02), foi revogada pela justiça a decisão de interdição da Casa Lar Anjos da Guarda – casa Anjo Gabriel, que atua como unidade de acolhimento de crianças e adolescentes em Caxias do Sul.

No dia 26 de maio, a casa, localizada no endereço rua General Zeca Neto, 1097, Bairro Rio Branco, foi interditada por situações, que segundo a justiça, colocava crianças e adolescentes em situação de risco ou violava o direito das mesmas.

Na semana passada, durante a visita da juíza Carolinne Concy, do Juizado da Infância e Juventude, ao local, para a realização de uma audiência concentrada, que reavalia a situação jurídica e psicossocial dos acolhidos, foram contatadas no lar as péssimas condições.

Conforme os apontamentos do relatório encaminhado ao Ministério Público, havia uma quantidade excessiva de lixo na parte externa do imóvel. Um dos banheiros da instituição estava extremamente sujo, com odor, sem tampa no vaso sanitário, muito mofo e vazamento. Além disso, o teto  e as paredes estavam danificados, fios elétricos estavam  soltos e as portas sem batentes. A bagunça e acumulo de objetos no local, também chamaram a atenção do juizado.

A decisão determinava que, no prazo de cinco dias, a contar de 26 de maio, as crianças e adolescentes deveriam ser transferidos para outra instituição.

Nossa reportagem entrou em contato com os representantes das casas lares, ligadas ao Projeto mão amiga Mão Amiga, a qual o lar é associado, que por meio de nota afirma ser incorreta a divulgação por outros veículos midiáticos de  as crianças e adolescente haviam sido transferidas e/ou retiradas do local.

Confira um trecho da nota:

“Também fora incorreta a informação dada que a intimação da entidade se deu em 26/05, quando na verdade ocorreu em 29/05 e fora respondida em menos de 24 horas. Em respeito ao que determina a legislação brasileira em vigor, a Associação não se manifestará sobre o processo, uma vez que este tramita em segredo de justiça. Contudo, a Associação Mão Amiga deixa registrado que sua existência é em prol de amparar a população vulnerável, tanto que em abril prestou cerca de 29.506 atendimentos ou acolhimentos.”

Órgãos responsáveis da prefeitura caxiense dizem que seguem no aguardo de nova audiência para se manifestar.

“A administração informa que a interdição judicial sobre um dos serviços prestados por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) do município, em parceria com Organização da Sociedade Civil (OSC), foi revogada na tarde desta sexta-feira (2). O expediente segue aguardando nova audiência.

Em nenhum momento as crianças e adolescentes atendidos pelo serviço passaram por qualquer transferência de local, ao contrário do que um veículo de comunicação publicou. O prazo para a presumida transferência de ocupantes do local expirar-se-ia nesta sexta-feira (2), contados cinco dias após a notificação oficial do despacho, ocorrida na segunda-feira (29).

Em respeito ao que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o processo corre em segredo de justiça. Assim sendo, nenhuma das partes está autorizada a manifestar-se a respeito do caso fora de juízo.”

*Matéria com colaboração de Luiza Fim.