A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro foi instalada nesta quinta-feira, 25, com a escolha da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) como relatora, o deputado federal Arthur Maia (União-BA) como presidente, e os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) como vice-presidente e 2º vice-presidente, respectivamente. A primeira sessão do colegiado foi presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). Chamou a atenção a ausência dos senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), até então cotados para assumir os cargos de liderança no colegiado.
Em negociações recentes, o nome de Braga era dado como o escolhido para a relatoria da CPMI. No entanto, de última hora, na noite desta quarta-feira 24, o senador publicou comunicado indicado como titulares os senadores Veneziano Vital do Rego (MDB – PB) Marcelo Castro (MDB – PI), e como suplentes os senadores Fernando Dueire (MDB-PE) e Giordano -(MDB -SP).
Calheiros, embora tenha tido muito interesse na CPMI, abriu mão da vaga do colegiado na condição de conseguir indicar o próximo ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF), em acordo fechado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Até então, Pacheco seria o indicado de Renan para assumir a vaga na Suprema Corte deixada pelo ex-ministro Ricardo Lewandowski. Com a negociação, o senador do MDB fica à vontade para indicar o nome que queira.
Na reunião desta quinta-feira, antes da votação da mesa diretora, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) levantou questão de ordem a escolha de Eliziane Gama para a chapa dos líderes da comissão, alegando que ela teria relação de amizade com o ministro da Justiça, Flávio Dino. O questionamento do senador foi indeferido pelo presidente da comissão, sendo motivo de bate boca entre os dois. “Olha, eu sei da sua procedência da polícia, mas aqui é Senado. Aqui não é delegacia de polícia não… se comporte como senador”, disparou Otto Alencar. Após a mesa de presidente e vice-presidentes ser composta, Arthur Maia pediu a senadora Eliziane que se juntasse ao grupo. “É uma mulher de muita estatura política e intelectual. Além de tudo isso estará representando as mulheres aqui nesse colegiado”, disse o presidente.
Mais cedo, antes do início da reunião, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que o governo irá marcar forte posição na CPMI. “Nós vamos para o enfrentamento, porque a oposição não tem folego pra sustentar sua tese”, afirmou. Já o líder do PT na Câmara, deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) defendeu que a CPMI não se prolongue e termine antes do prazo de conclusão previsto pelo regimento interno. “O país tem pautas mais importantes, e as polícias, o judiciário, responsáveis pela investigação, apuração e denúncia, estão trabalhando”.
Fonte: Jovem Pan