O piso tátil é um recurso que auxilia a pessoa com deficiência visual quanto ao seu posicionamento na área da calçada e para onde deve se deslocar. Estas placas devem ter coloração diferente do resto da calçada e, tamanho de 25 a 40 centímetros de largura. Estas também devem estar localizadas no centro da calçada, em faixa livre de obstáculos de no mínimo 1,2 metros de largura.
No início do mês de outubro, uma obra de instalação de um abrigo para táxi causou preocupação quanto a mobilidade no local. O fato é que a estrutura fica colada ao piso acessível, dificultando a trafegabilidade de quem utiliza este recurso.
Nos últimos dias, houveram diversas reclamações, não só deste ponto, mas vários com que o piso tátil teria problemas na área central de Bento Gonçalves. Diante disse, foi feito um trajeto de rotina com um ouvinte, que possui deficiência visual. Logo no início, após a obra do abrigo do táxi, já se nota o primeiro problema. O piso, que deveria seguir para a rampa de acesso à faixa de pedestres vai em direção ao meio fio. Em outros acessos de faixas, o piso acaba metros antes e passa a continuar já em cima da travessia, sem continuidade na calçada.
Na esquina das ruas Dr. Antunes com a Marechal Deodoro, foram adicionados corrimãos de proteção, recuando as faixas para segurança de pedestres. Entretanto, o piso acessível não sinaliza a mudança e continua em sentido à antiga faixa, fazendo com que o usuário bata contra a proteção. O mesmo acontece na esquina com a Rua Dr. Montauri, local em que um poste e espia de aço dificultam a locomoção.
Outro problema foi encontrado na Rua Barão do Rio Branco, onde containers de lixo foram colocado sobre o piso. Também, nas proximidades, um comércio instala produtos, também dificultando a locomoção. Voltando à Rua Candido Costa, onde fica a Associação dos Deficientes Visuais de Bento Gonçalves (ADVBG), mais da metade do caminho não possui piso acessível.
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Cleiton Andrade, que assumiu a presidência da ADVBG no último dia 1º de maio, explicou que a situação do piso tátil nem sempre foi assim. ”Faz pouco tempo que tem piso tátil na redondeza do centro, mas quando colocaram era bom. Alguns lugares foi bem colocadinho, mas em outros errado. Agora começou com pisos táteis quebrados, o material que eles colocam é de baixa qualidade”.
Andrade também comenta que nos últimos tempos, foi tirada a autonomia das pessoas com deficiência, ”foram feitas obras, a gente não foi avisado, nem a instituição. Foi tirado lugares onde tinha o piso tátil que era fácil pra gente caminhar e não foi colocado de volta”, completou.
Atualmente, residem 160 cegos em Bento Gonçalves e, apenas 30 frequentam a associação. Este baixo número é resultado da falta de segurança sentida pelos familiares, por deixarem estas pessoas irem às ruas. ”Eu mesmo já caí aqui no centro e quebrei duas costelas. (…) já houve de abrirem buracos na frente da prefeitura, um associado caiu, se machucou, foi roubado porque uma pessoa tentou fazer de conta de estar ajudando e roubou documentos, relógio, coisas pessoais e nem a polícia sabia quem ele era. Ele não tinha documentos, estava hospitalizado mas ninguém sabia quem era”, disse.
Questionada sobre a adequação do piso tátil em relação às faixas de segurança, a Prefeitura de Bento Gonçalves alegou que já foi realizada a solicitação, mas ainda não há datas.
