Os casos de atropelamento que aconteceram nas últimas semanas na Serra Gaúcha, acendem um alerta para a questão da insegurança no trânsito. Em uma semana foram três mortes por atropelamento. No dia 22 de agosto, uma mulher de 33 anos, morreu no centro de Garibaldi, enquanto fazia a travessia na faixa de pedestre. No dia 27, uma mulher de 20 anos morreu na Rota do Sol, em Caxias do Sul, já em Carlos Barbosa, no dia 28, uma mulher de 38 anos, entrou em óbito num acidente na ERS 453. Ainda na segunda quinzena de agosto, no dia 23, houve um caso de duas pessoas feridas na BR-116, em Caxias do Sul. Esses são apenas alguns graves casos registrados.
Conforme o Gerente da Escola Pública de Trânsito de Caxias do Sul, Joelson Queiroz, os indivíduos tanto pedestres como condutores, estão mais desatentos por diversos fatores. “Infelizmente nós estamos observando nos últimos tempos que as pessoas estão entrando no piloto automático, principalmente com relação aos telefones celulares. Onde tanto os pedestres, quando ao condutor se distrai muito utilizando esse equipamento”, destaca o agente público.
O especialista acende um alerta para o risco para segurança coletiva. Um dos exemplos usados por Queiroz é a travessia fora da faixa de pedestre, e a falta de atenção, por usar o aparelho celular com fones de ouvido, digitando ou escutando música. “O pedestre vai ser a parte mais prejudicada do acidente. Então ele tem que redobrar a sua atenção, isso eu falo tanto para ao pedestre como para ciclistas, pois não há um enquadramento específico para isso. Com relação aos motoristas, nós trabalhamos forte, através de campanhas, palestras e treinamentos”, afirma o fiscal de trânsito.
A preferência é do pedestre
Essa frase não é absoluta e é o que nos diz o código de trânsito brasileiro.
Art. 70 Capítulo IV – DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.
Os cuidados precisam ser redobrados, na faixa, pois o pedestre está muito próximo ao veículo. Segundo o gerente, muitas vezes o acidente acontece, pois o condutor não possui tempo hábil para frear.
“Ouvimos no dia a dia a seguinte frase ‘eu vou atravessar na faixa de segurança’, em resumo, eu não tenho segurança ao atravessar nessa faixa, onde o veículo está muito próximo a mim. Por mais que ele esteja em uma velocidade compatível. Muitas vezes não vai ter tempo ou espaço para frear e evitar o atropelamento”, diz.
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Conforme Queiroz, a grande maioria dos atropelamentos ocorrem no final de semana. E ainda envolve uma mistura perigosa, do álcool e a direção.
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Dados da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) indicam que só neste ano, já foram registrados oito óbitos no trânsito.
De 2007 até hoje, já somam-se 756 mortes no trânsito; destes 199 são pedestres (26,32%) e temos neste mesmo período 13 ciclistas (1,72%).
Caxias do Sul, na madrugada do último sábado, 28 de agosto, realizou mais uma operação da Balada Segura que resultou em 23 condutores abordados, 10 estavam sob influência do álcool e se recusaram a fazer o teste do etilômetro.
Além das medidas educacionais, existem algumas medidas coercitivas, como o exemplo do radar móvel que monitora a velocidade. E demais medidas adotadas pelo município em combate aos altos números de acidentes no trânsito.
