O atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), tinha conhecimento do esquema de corrupção nas obras do Rodoanel Sul em São Paulo. A afirmação foi feita pelo ex-diretor da OAS responsável pelas obras, Carlos Henrique Barbosa Lemos, que sugeriu em depoimento que a empreiteira pagou propina ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, com o conhecimento do ministro, então chefe da Casa Civil do governo paulista.
Lemos teria afirmado à Justiça que não teve dúvidas que Souza “de fato falava em nome do governo de São Paulo” ao perceber que Ferreira seguiu especificamente aquilo que havia sido informado pelo diretor da Versa. Segundo ele, que busca acordo de delação premiada e prestou depoimento espontâneo no ano passado ao grupo de inquéritos da Polícia Federal (PF) que conduz investigações de políticos com foro no Supremo Tribunal Federal (STF), Souza exigia que todas as empreiteiras efetuassem o pagamento a título de formação de caixa de campanha no valor de 0,75% sobre cada recebimento da Dersa, empresa de economia mista para logística e transportes controlada pelo governo paulista.
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O ex-diretor da OAS contou que os supostos valores pagos a Paulo Preto eram posteriormente lançados no centro de custo da obra, e que ele sabia que o setor financeiro da OAS utilizava doleiros para disponibilizar a entrega de dinheiro ao então diretor da Dersa.
