Opinião

Arquitetura para nossos vovôs

Arquitetura para nossos vovôs

Aprendemos com a terapia ocupacional de que a casa deve se adaptar ao indivíduo, e não o contrário.

Quando um bebê esta prestes a chegar, é comum que a família faça adaptações no lar de modo que sua segurança e bem estar estejam garantidos. Mas o tempo passa…e quando se é idoso? Podemos, e devemos, pensar na casa a longo prazo. Há muitas pessoas que residem no mesmo endereço há décadas, e essas adaptações acabam sendo fundamentais para o conforto, facilitando a rotina e garantindo a autonomia.

 

NÃO ADIANTA FINGIR QUE NÃO ACONTECE! PARA TODOS QUE TIVEREM SORTE, A VELHICE CHEGARÁ!

 

Diversas pesquisas apontam que a maior parte dos acidentes domésticos ocorrem com pessoas acima dos sessenta anos, isso porque qualquer residência é repleta de armadilhas PRA QUALQUER UM.

Assustadoramente, cerca de um quinto dessas vítimas acaba falecendo em menos de um ano porque não se recuperam de fraturas graves que sofrem e acabam comprometendo seu sistema físico, tendo seu quadro clinico irreversível.

Estima-se que em 2025, aproximadamente um quarto dos brasileiros serão idosos, e como todos os avanços medicinais e tecnológicos, cada vez mais as pessoas morarão sozinhas por mais tempo. Decorrente disso, muitas fragilidades estarão ligadas nesse período, como a fraqueza musculas, diminuição de reflexos, perda de força física, audição e visão. Por isto é importante adaptar a casa para a terceira idade também.

Em tese, qualquer ambiente pode ser adaptado e bem executado quando o auxilio vier de um profissional capacitado para isso.

 

ADAPTAÇÕES SÃO MAIS QUESTÃO DE CUIDADO DO QUE DE DINHEIRO!

Vamos a algumas dicas básicas, de baixo custo, que irão ajudar nessa fase.

 

  • Para que o idoso possa identificar melhor todos os elementos, os contrastes de cores são fundamentais;
  • Pisos antiderrapantes, ou no caso de tapetes, presos com fitas colantes ou ventosas no chão;
  • Reforçar a iluminação em pontos estratégicos, como em degraus, para facilitar a sua existência;
  • Na questão de iluminação, colocar pontos com sensores, principalmente no caminho do dormitório ao banheiro, caso o idoso precise fazer esse trajeto a noite;
  • O certo é evitar decorações necessárias, que tenha risco de alguém passar por perto e se “enroscar”;
  • Evitar cortinas que arrastem no chão;
  • Sobre os móveis, o ideal é que as quinas sejam arredondadas ou que tenham proteção, sendo fixos e de material resistente para que possa servir de apoio;
  • Camas que tenham a altura necessária para que quando o idoso se levante, consiga colocar os pés no chão, formando um angulo de 90º;
  • O banheiro é um dos locais mais perigosos para um idoso, pois a umidade somado aos revestimentos facilita as quedas, as louças são frágeis e, por vezes, os metais de difícil manuseio. Por isso segue as dicas para esse ambiente.

– Elevação da bacia sanitária com um adaptador de assento

– Banquinho de apoio dentro do box do chuveiro

– Barras conforme o anexo para ajuda de locomoção

– Misturadores, torneiras e registros devem ser substituídos por alavancas

Evitar degraus, substituindo-os por rampas, instalar corrimões, barras de auxilio na residência, tudo isso facilita para evitar as quedas e manter a segurança do idoso.