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Tragédia climática no RS e estratégias de atuação são temas de encontro do Conselho Nacional dos Bombeiros em Garibaldi

Evento, que contou com a participação de Eduardo Leite na abertura, segue até esta quarta-feira (28) e reúne representantes de corporações de todo o país

Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom/Divulgação
Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom/Divulgação

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve em Garibaldi na manhã desta terça-feira (27) para participar da abertura da reunião extraordinária do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, o Ligabom. O evento foi realizado no Dall`Onder Ski Hotel. A programação segue nesta quarta-feira (28).

Na ocasião, serão avaliados resultados das operações deste ano no Estado gaúcho. Além disso, os recentes desastres naturais no país estão no centro das discussões. O objetivo é identificar as boas práticas e os pontos de possível aprimoramento para fortalecer a atuação conjunta das corporações em outras situações emergenciais que demandem a cooperação interestadual. Participam os comandantes-gerais das corporações, que buscam alinhar as melhores estratégias de respostas às ações da natureza.

Ao destacar a realização da reunião, Leite aproveitou para agradecer aos bombeiros do país inteiro pelo apoio e trabalhos de todos os estados da federação em decorrências das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, sendo muito importante no momento crítico que foi vivenciado pelos gaúchos.

Esse colégio de comandantes de Corpo de Bombeiros que a Ligabom representa tem uma sintonia que é admirável e que é muito importante para o emprego em situações críticas. Foi o caso da nossa calamidade aqui por conta das chuvas e é o caso agora também no enfrentamento aos incêndios e as queimadas que acontecem na região sudeste e centro-este do país“.

Nesse sentido de união, ele também informou que o Rio Grande do Sul enviou equipes para poder auxiliar  no enfrentamento aos incêndios e as queimadas que acontecem na região sudeste e centro-este do país e afirmou ser importante discutir novas formas de cooperação, já que diante de situações muito críticas as estruturas próprias de cada um dos estados não são, eventualmente, suficientes para fazer frente.

“Porque também não basta só a solidariedade, não basta só a disposição de estar junto. Tem que ser feito isso de forma coordenada, organizada, para que a gente possa otimizar as estruturas e os equipamentos para fazer a aplicação adequada em cada frente“, pontuou.

Por fim, Leite também ressaltou a importância do conhecimento sobre a estrutura e técnicas das outras corporações para que o Estado também possa fazer investimentos.

O Ligabom

O grupo foi fundado em 10 de dezembro de 2003, em São Luiz do Maranhão, é um órgão colegiado composto pelas corporações de todo País. É o representante legítimo dos Corpos de Bombeiros Militares junto a diversos órgãos em todas as esferas, mas especialmente junto à União.

No evento em Garibaldi, foi mostrado que equipes de todo o país vieram ao Rio Grande do Sul, onde atuaram em missões de resgate, combate a incêndios, salvamento e buscas terrestres e na água, inclusive com apoio de cães farejadores e aeronaves. Alguns contingentes permaneceram no Estado, mesmo após a ocorrência, apoiando os militares gaúchos na busca por desaparecidos. Mais de 1,1 mil bombeiros de todos os Estados atuaram no RS entre maio e julho.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, coronel Eduardo Rodrigues, detalhou a linha do tempo de emprego das tropas nas ações de salvamento e resgate e elencou pontos nos quais a corporação já trabalha para fortalecer a infraestrutura de ação.

“A distribuição estratégica de tropas especializadas e a cooperação com universidades para desenvolvimento de sistemas e tecnologias de gestão operacional são algumas das frentes que queremos aprofundar para tornar ainda mais efetivo o emprego dos nossos heróis da linha de frente”, destacou o oficial.

Já o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Goiás e presidente do Ligabom, coronel Washington Luiz Júnior, enfatizou o legado que a gestão de crise integrada no episódio do RS deixa e a necessidade de institucionalizar o Ligabom no Ministério da Justiça e da Segurança Pública como instrumento para desburocratizar as ações de mobilização em âmbito nacional.

“Temos mais de 85 mil bombeiros e um país de dimensão continental, que enfrenta secas em uma região, enquanto enchentes afetam outra parte do território. E o Ligabom, a partir da articulação entre todos os comandantes, com apoio e recursos do ministério, pode acelerar ainda mais a disponibilização de efetivos e equipamentos para locais onde eles se fizerem necessários”, afirmou.