Caxias do Sul

Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias empossa primeira presidente mulher em 90 anos de história

Eremi Melo assume o cargo nesta sexta-feira (1º/3), durante afastamento temporário de Assis Melo

Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias empossa primeira presidente mulher em 90 anos de história
Eremi Melo é secretaria geral do sindicato e secretária de Formação e Cultura da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) | Foto: Sindicato dos Metalúrgicos/divulgação

Pela primeira vez em 90 anos de história, o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região será presidido por uma mulher. Eremi Melo assume o cargo em cerimônia na manhã desta sexta-feira (1°/3), na sede da entidade. A mudança ocorre durante o afastamento temporário de Assis Melo, que deve retornar ao mandato em abril.

Secretária geral do sindicato, secretária de Formação e Cultura da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e colaboradora da empresa Mundial S.A., Eremi foi escolhida para liderar a categoria em reunião da diretoria executiva ocorrida em 5 de fevereiro.

Para a nova presidente, o momento é carregado de simbologias às conquistas femininas, como os 92 anos do direito ao voto, lembrados em 24 de fevereiro. Ela será empossada provisoriamente no cargo em março em alusão ao 91° aniversário do Sindicato dos Metalúrgicos e ao Dia Internacional da Mulher.

“(Presidir o sindicato) é um desafio bastante grande, mas também é um momento histórico. Eu acho que isso cada vez mais coloca nós, mulheres, num lugar que todas nós devemos estar, que é o espaço de poder, que é o espaço de decisão”, reflete a sindicalista.

Eremi Melo em discurso à categoria | Foto: Sindicato dos Metalúrgicos/divulgação

 

Eremi vê como avanços, hoje, mulheres trabalharem como soldadoras ou motoristas de empilhadeira, por exemplo, em uma categoria majoritariamente masculina. Por outro lado, aponta que há desafios, como o combate ao assédio nas empresas.

“Precisamos ser mais respeitadas no mundo do trabalho, porque estamos sofrendo muito com a questão do assédio moral e  assédio sexual dentro das fábricas. Recebemos inúmeras denúncias, praticamente todos os dias. Infelizmente esse tipo de assédio não é só por parte da hierarquia, vem às vezes dos próprios colegas”, diz a futura presidente.

No dia 16 a categoria deve se reunir para aprovar a pauta de reivindicações para o ano. Segundo Eremi, serão foco a igualdade de salários entre homens e mulheres na indústria e a ampliação do auxílio-creche.

“Que, de fato, as mulheres passem a ganhar o mesmo salário. Se ela faz o mesmo trabalho, ela deve ganhar o mesmo salário. Também lutamos para que o auxílio-creche seja um direito da criança. Porque hoje, no nosso acordo, o auxílio é para a mãe. Sendo for um direito da criança, se o pai é metalúrgico, este também vai ter esse direito”, adianta.

De acordo com a nova presidente, entre outros pontos deve ser pleiteado junto ao sindicato patronal o aumento da remuneração da categoria e o valor do transporte pago pelos funcionários às empresas.