
Caxias do Sul - O Tribunal do Júri de Caxias do Sul condenou Alessandro Barbosa a 37 anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua companheira, Ana Paula Taffarel, em setembro de 2017. Ele foi considerado culpado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e incêndio doloso majorado. Barbosa está preso na Penitenciária Regional de Caxias do Sul. A condenação ocorreu na terça-feira (19), mas só foi divulgada na tarde desta quarta (20).
A acusação do Ministério Público, conduzida pelo promotor Anderson Marcelo de Araújo, sustentou que o crime foi cometido por motivo torpe — motivado por ciúmes, sentimento de posse e desavenças ligadas ao tráfico de drogas. O promotor destacou ainda que o homicídio ocorreu com meio cruel, uma vez que, após dois disparos de arma de fogo na cabeça da vítima, o réu a esquartejou em seis partes. O assassinato foi enquadrado no contexto de violência doméstica e familiar.

A defesa alegou negativa de autoria, mas a tese foi rejeitada pelo Conselho de Sentença, que acolheu integralmente as qualificadoras apresentadas pelo MPRS. A pena foi fixada pelo juiz Thiago Dias da Cunha: 30 anos de reclusão pelo homicídio qualificado, dois anos pela ocultação de cadáver e cinco anos e quatro meses pelo incêndio doloso majorado.
O Caso
Ana Paula Taffarel, 28 anos, foi encontrada esquartejada às margens da Barragem da Maestra, em Caxias do Sul, no dia 6 de setembro de 2017. O corpo, dividido em partes, estava dentro de sacos plásticos enrolados em cobertores e sacos de lixo, próximo ao ponto onde é feita a medição do nível da represa. A cena chocou até mesmo os policiais, que também localizaram facas, facão, serra manual e outros utensílios usados no crime.

A identificação oficial da vítima ocorreu no dia 18 de setembro pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre, mas o nome só foi divulgado posteriormente para não atrapalhar as investigações.
Detalhes da Investigação
Segundo a investigação da Polícia Civil, ele matou Ana Paula com dois tiros na cabeça em uma casa no bairro Serrano, esquartejou o corpo com diferentes ferramentas e tentou ocultar os restos na represa. Dois dias depois, ateou fogo na residência e fugiu para Lages (SC), onde moravam seus pais.
O acusado possuía antecedentes por tráfico, violência doméstica, lesão corporal e porte ilegal de arma. Ele foi capturado em 13 de outubro de 2017, em Lages, na casa de parentes.

Na ocasião, a Polícia Militar de Santa Catarina encontrou com ele 22 pedras de crack e uma moto roubada no Rio Grande do Sul.