Comportamento

Professores de São Marcos organizam manifestação reivindicando ajuste salarial dentre outros direitos

O ato se dará em frente a Prefeitura Municipal as 18h

Foto: Internet / Divulgação
Foto: Internet / Divulgação

Ocorrerá na tarde desta sexta-feira (17), uma manifestação organizada pelos professores municipais de São Marcos. O ato se dará em frente a Prefeitura Municipal as 18h e contará também com a presença de outros servidores públicos.

Os manifestantes lutam por direitos que lhes foram retirados. Como a perda de domínio de classe, que foi retirada pela SMEDI (órgão que rege o município), onde o professor não tem mais o direito de suspender o aluno por má conduta em sala de aula, tendo também que dar a nota mínima necessária para que o mesmo passe de ano, mesmo que o aluno não tenha feito esforço algum para obtê-la.

“Todos estão passando, independentemente do conhecimento que estão levando para o próximo ano. Se o aluno adquiriu o conhecimento ou não, não faz diferença para os órgãos acima de nós. Em sala de aula nos esforçamos ao máximo para que eles aprendam, porém muitos alunos estão passando de ano sem o conhecimento mínimo necessário, não importa se ele não foi pra escola, não importa se ele não fez nada ou se não aprendeu nada, por que a lei nos manda aprová-los. E a nossa ética? Onde fica? Estamos sendo fantoches…”, relata Geovana Soldatelli, professora da rede pública municipal.

Os manifestantes também almejam que haja eleições para diretores assim como outras cidades fazem e inclusive o próprio município com as escolas do estado. São Marcos é um dos poucos municípios da região serrana que não faz eleições para diretores. As direções ainda são assumidas por “Ccs” (Cargo de Confiança). O direito das eleições para novos diretores lhes dariam mais democracia e diálogo. Dando a liberdade para que professores, pais, alunos e funcionários possam escolher quem serão seus gestores, pois a falta de autonomia nas escolas está dificultando o andamento dos trabalhos. Solicitam também que sejam retomados os trabalhos de atualização do Plano de Carreira do Magistério que teve sua última reunião de estudos em 27 de novembro de 2019.

Almejam também o reajuste salarial pois, através da Lei nº 12/2020, os professores municipais tiveram uma redução de 13,62% para 5% entre o Nível I (professor com magistério) e o Nível II (professor com graduação), além de reduzir também de 3,88% para 2,88% o Nível III (professor com pós-graduação). Questionam também a real necessidade do município ter se enquadrado na Lei 173, que consequentemente congelou as trocas de classes e triênios, que são garantidos por direito no Plano de Carreira.

Querem a devolução dos direitos adquiridos, que foram indevidamente retirados através da Lei 12/2020, solicitam o aumento de 31,3% garantido pelo FUNDEB para 2022, bem como o repasse da inflação anualmente e que o reajuste anual seja a partir do mês de janeiro, conforme a Lei Federal estabelece através do Básico Nacional. Exigem também que a folha de pagamento dos profissionais da educação seja desvinculada dos demais servidores municipais, pois os vencimentos dos mesmos são oriundos do FUNDEB.

Eles acreditam que o futuro de um povo se garante com uma educação de qualidade, com profissionais especializados e valorizados. “Se queremos mudança no teor dos acontecimentos diários, precisamos mudar a forma de tratar a educação e dos que dela fazem parte”.

Confira abaixo a lista completa das reivindicações:

a) Questões pedagógicas
✓ O fim da obrigatoriedade de aprovação de TODOS os alunos, sem levar em conta o nível de aprendizado dos mesmos;
✓ Valorização e respeito para com a pessoa do professor;
✓ Valorização do trabalho pedagógico do educador;
✓ Mais investimentos na educação;

b) Questões administrativas
✓ Solicitamos que sejam retomados os trabalhos de atualização do Plano de Carreira do Magistério que teve sua última reunião de estudos em 27 de novembro de 2019;
✓ Eleições para direção das escolas;
✓ Autonomia para as escolas;
✓ Questionamos a real necessidade de o município ter se enquadrado na Lei 173, que consequentemente congelou as nossas trocas de classes e triênios, quando nos é garantido por direito em nosso Plano de Carreira.

c) Questões financeiras
✓ Revogação da Lei nº 12/2020, que reduziu de 13,62% para 5% entre o Nível I (professor com magistério) e o Nível II (professor com graduação), além de reduzir também de 3,88% para 2,88% o Nível III (professor com pós graduação);
✓ Aumento de 31,3% garantido pelo FUNDEB para 2022;
✓ Implementação e aprovação de lei que garanta aos profissionais da educação o rateio anual das sobras do FUNBEB, quando houverem;
✓ Repasse da inflação anualmente;
✓ Reajuste anual a partir do mês de janeiro, conforme a Lei Federal estabelece através do Básico Nacional;
✓ Desvinculação da folha de pagamento dos demais servidores municipais, pois os vencimentos dos mesmos são oriundos do FUNDEB, assim como o vizinho município de Caxias do Sul o faz; Sendo o que tínhamos para o momento, reiteramos votos de apreço.