Caxias do Sul

Prefeitura deve realizar rompimento controlado de encosta com rachadura em Galópolis nesta quarta (8)

Segundo equipe de geólogos e engenheiros, fenda ocorre no aterro de uma antiga pedreira, não adentrando na rocha nem no solo natural

Prefeitura pretende fazer rompimento controlado de encosta com rachadura em Galópolis, em Caxias do Sul
Foto: Ramon Sirtoli/divulgação

Os deslizamentos da quinta-feira passada (2) em Galópolis, no interior de Caxias do Sul, deixaram sete mortos, 170 famílias desalojadas e um rastro de destruição. Cinco casas acabaram soterradas, oito ruas foram interditadas e outras áreas com risco de novos desmoronamentos estão sob monitoramento da prefeitura.

Uma delas é a região do Morro da Antena, na encosta superior do bairro, devido a uma fenda que se abriu no solo. Na tarde desta terça-feira (7), equipes das secretarias do Meio Ambiente (Semma) e Obras (Smosp) verificam a extensão da abertura, que adentra à mata e desce pela encosta em uma área de difícil acesso.

Apesar de ter levantado preocupação nos últimos dias, grande parte da rachadura está localizada na camada superficial do solo, segundo o diretor de Gestão Ambiental da Semma e geólogo Caio Torques.

“Deu para perceber que a fenda está praticamente ocorrendo na camada superficial, onde existe um aterro de uma antiga pedreira. Já nos dá um grande alívio ver que não está entrando dentro da rocha nem do solo natural“, explica.

De acordo com Torques, a ideia inicial, que depende da confirmação da vistoria de hoje, é realizar um rompimento controlado da encosta nesta quarta-feira (8). “E, na sequência, voltar as pessoas para suas casas, que estão nesse cone de possível rompimento de encosta”, projeta o geólogo.

Mapa mostra área de risco em Galópolis | Crédito: Prefeitura de Caxias do Sul/divulgação


Monitoramento 24 horas

O monitoramento de pontos críticos é feito diariamente por geólogos e engenheiros de mina, conforme o governo municipal. Dentre as ações de resposta ao desastre estão a instalação de câmeras 24h na encosta interditada; abertura de vala para escoar a água, evitando que ela entre na fenda; esvaziamento dos açudes da encosta; e fechamento completo da rua onde há rachadura.

A expectativa é que os moradores das áreas de risco do bairro devam ficar em abrigos ou nas casas de familiares até 19 de maio. A prefeitura considera que o retorno depende das análises das condições do solo.