O Pix completa dois anos nesta quarta-feira (16) com presença garantida na rotina de 60% dos brasileiros (127,8 milhões). O amplo acolhimento consolida o sistema de pagamentos instantâneos como uma real ameaça para os boletos bancários e cartões de débito. Desde seu lançamento, a ferramenta do BC (Banco Central) já completou mais de 26 bilhões de transações, que totalizam cerca de R$ 13 trilhões. Tal aceitação é evidenciada pelos números consolidados de pagamentos e transferências bancárias.
Segundo a autoridade monetária, somente no último mês de setembro foram realizadas 2,3 bilhões transações via Pix (R$ 1 trilhão), 350 milhões com o uso de boletos bancários (R$ 475,7 bilhões) e 85,5 milhões registradas em TED (R$ 3,5 trilhões). A versão mais recente do Estudo de Pagamentos Gmattos mostra que a ameaça do Pix aos meios de pagamento também é evidenciada entre as lojas online, com o sistema do BC atrás apenas do cartão de crédito entre as aceitações dos estabelecimentos.
De acordo com o levantamento, o Pix já é aceito por 81,4% do ecommerce brasileiro, enquanto o boleto está presente na rotina de 75,8% dos vendedores. O pagamento por cartão de crédito é possível na totalidade dos vendedores.
O estudo mostra ainda que a aceitação do Pix tem potencial para chegar a 93% dos estabelecimentos virtuais, ao considerar o segmento de lojas que não operam com essa forma de pagamento, mas que aceitam algum tipo de recebimento à vista no cartão de débito ou boleto bancário.
A atratividade dos recebimentos via Pix já resulta em descontos de até 10% a clientes que usem o meio de pagamento em um terço (33%) das lojas virtuais, afirma Gastão Mattos, cofundador da consultoria responsável pela pesquisa.
Para Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o uso do Pix continua em ascensão e comprova que o sistema trouxe facilidade e conveniência. “Nos últimos 12 meses, registramos um aumento de 94% das operações com a ferramenta”, afirma ele.
“O Pix foi e continua sendo uma ferramenta fundamental para impulsionar a bancarização e a inclusão financeira no país e, desde o seu lançamento, tem se mostrado uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais”, analisa Sidney.
O especialista em finanças Daniel Carraretto avalia que a criação do Pix resultou em uma fluidez maior do dinheiro, na redução do uso de transferências tradicionais e quase eliminação do uso de dinheiro papel.
Saque e troco
O crescimento do Pix resultou nas modalidades de saque e de troco, que permitem a retirada de até R$ 500 em espécie durante o dia e de R$ 100 à noite em estabelecimentos comerciais.
Para ter acesso aos recursos em espécie, o cliente fará um Pix para o agente de saque, a partir da leitura de um QR Code ou a partir do aplicativo do prestador do serviço e recebe o valor das mãos do comerciante.
O Pix Troco, por sua vez, pode ser feito durante o pagamento de uma compra ao estabelecimento. No extrato do cliente aparece o valor correspondente ao saque e à compra realizada.
“Como próximo passo, é importante que tenhamos mais segurança com o Pix, o que será possível com a evolução dos sistemas de combate à fraude e melhoria do Mecanismo Especial de Devolução”, avalia Marcelo Martins, diretor da ABFintechs e CEO da startup Iniciador.
Fonte: Correio do Povo