O apelo emocional das festas de Natal e Ano Novo faz com que muitas pessoas tomem decisões financeiras impensadas nesta época e, consequentemente, comprometam o orçamento. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que dois em cada dez (19%) consumidores costumam gastar mais do que podem com as compras de Natal — percentual maior entre as mulheres (23%) e nas classes C, D e E (22%).
O levantamento também mostra que 5% dos brasileiros que vão presentear no Natal pretendem deixar de pagar alguma conta para fazer suas compras de fim de ano, enquanto 5% devem protelar algumas despesas para realizar as comemorações de Natal e outros 5% para participar das festas de Ano Novo. Entre as principais contas que devem ser postergadas estão: TV por assinatura (20%), cartão de crédito (16%), internet (16%) e água e luz (8%).
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta a importância de resistir aos excessos de consumo e alerta para o risco da inadimplência, principalmente com as despesas do cartão de crédito.
“Embora o Natal seja uma data tradicional, as pessoas precisam ter cautela ao sair gastando sem controle. Vale dar atenção extra ao cartão e não deixar de lado o pagamento da fatura, que possui altas taxas de juros e pode comprometer o orçamento. Se não houver disciplina e organização, pode ficar difícil saber até mesmo o quanto foi gasto” destaca.
Dados da pesquisa apontam ainda que 28% dos consumidores que vão comprar presentes este ano possuem contas em atraso atualmente — com queda de 6 pontos percentuais em relação ao ano passado), dos quais 69% estão com o nome sujo no momento. Já 23% dos que compraram presentes em 2017 e vão presentear este ano ficaram negativados por causa das dívidas pendentes com as compras do fim do último ano, sendo que 15% permanecem com restrição no CPF e 8% limparam o nome. Entre os que souberam informar, o valor médio das dívidas responsáveis pela negativação é de R$ 1.070,53.