O encanador aposentado, João Carlos Martins, 65, denunciou que o filho, de 17 anos, foi vítima de injúria racial na Escola Estadual Abramo Pezzi, em Caxias do Sul. O morador do bairro Glória relata que o estudante do terceiro ano do Ensino Médio participava dos jogos das interséries contra um time do primeiro ano quando foi chamado por um aluno que acompanhava a partida da arquibancada de ‘macaco’.
De acordo com o pai, a informação repassada foi de que partida foi paralisada pelo professor responsável que pediu para parar com o ato discriminatório. Contudo, Martins questiona o porque o autor não foi identificado e punido.
“O professor deveria ter parado o jogo e dito que ninguém sairia do local sem dar nome a essa pessoa (ou pessoas) que praticou racismo. Isso é algo repugnante, pois mesmo que a pessoa seja ‘moreninha’ que nem o meu filho, não dá o direito de chamar ele de macaco”, desabafa.
Logo após o ocorrido, a vítima ligou para o pai e disse que não tinha condições psicológicas de pegar o ônibus para ir embora pois estava abalado. “Eu fui até a escola e o que mais me doeu foi que quando eu cheguei eu olhei para os colegas dele e eles estavam chorando. Quando ele me viu, veio correndo e se abraçou em mim“, conta emocionado.
O fato ocorreu no dia 19 de julho, nas vésperas das férias escolares de inverno. Na mesma data, o pai da vítima fez o Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. No documento, o ocorrido está registrado como injúria discriminatória. No histórico consta que um dos colegas da vítima possuí um vídeo registrando o momento da ofensa, porém não é possível identificar o autor. Contudo, o vídeo não foi apresentado para a polícia.
Em contato com a escola, localizada no bairro Rio Branco, Martins foi orientado a fazer o registro policial. Além disso, a direção ficou de se reunir novamente com ele na volta das férias, na próxima semana, para tratar sobre o assunto. “Estamos muito tristes e abalados. Meu filho não está mais querendo voltar para a escola“.