Comportamento

Nutrição infantil: os benefícios de criar uma rotina alimentar desde cedo

Nutrição infantil: os benefícios de criar uma rotina alimentar desde cedo

O tema alimentação balanceada tem ganhado cada vez mais espaço, e muitas pessoas já têm consciência do impacto que a dieta tem na saúde física e mental. E, na infância não é diferente, pois ela é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança.

Aliás, crianças que são incentivadas desde pequenas a ter escolhas saudáveis na alimentação diária apresentam mais facilidade em manter esse hábito por toda a vida. De acordo com a nutricionista materno infantil Marieli Tretto, o acompanhamento nutricional deve iniciar com a mãe na gestação, melhorando a qualidade nutricional da alimentação, como a perda de se necessário e também ajustar marcadores bioquímicos.
Para crescer e se desenvolver, a criança ou adolescente precisa ter acesso aos nutrientes importantes para o corpo, como minerais, vitaminas, proteínas e carboidratos. Juntos, esses componentes participam do bom desenvolvimento físico (maturação óssea, capacidade respiratória e circulatória, desenvolvimento motor, bem como desenvolvimento e manutenção da imunidade, por exemplo) e cognitivo (concentração, memória, aprendizado).

“Uma gestante que ganha peso adequado ao longo da gestação, tem sua dieta calculada adequadamente está nutrindo muito mais seu bebê. Hoje estudos comprovam que tudo que a mãe ingere impactará nas escolhas alimentares deste bebê, pois a partir das 12 semanas de gestação, o bebê já passa a sentir o sabor do que a mãe consome, e é neste momento (intrauterino) que seu paladar começa a ser formado”, destaca Marieli.

Ela comenta também a importância de realizar o acompanhamento, que além de fazer com a mãe tenha uma gestação saudável o bebê também se beneficia. Quando questionada sobre a questão da amamentação, que para muitas mulheres é um desafio seja pela baixa produção de leite ou pelo bebê não querer pegar o peito ela destaca:

“Precisamos avaliar a questão da baixa produção de leite, pois pode ser por inúmeros fatores, bebê que não está tendo uma sucção nutritiva, pega inadequada, frênulo de língua, mãe que não está ofertando o peito em livre demanda etc… Para ter uma assertividade na conduta, a mãe precisa passar por uma consultoria de amamentação e responder uma série de perguntas”.

Segundo ela, a iniciação alimentar deve começar a partir dos seis meses sendo avaliado os sinais de prontidão deste bebê.

“A introdução alimentar deve ser lenta e gradual, respeitar o bebê é muito importante para o sucesso da introdução alimentar. Não é uma regra, mas iniciamos com as frutas por elas serem mais doces, sendo assim a aceitação é melhor e a partir daí vamos inserindo as refeições principais. Vale lembrar que não existe fruta proibida, todas devem ser ofertadas, quanto maior a variedade alimentar deste bebê, melhor”, destaca a nutricionista.

Para muitos pais, o mais difícil é iniciar essa rotina nos primeiros anos de vida da criança, a nutricionista lembra que tudo é um processo, onde os pais devem se organizar e criar o hábito de realizar as refeições completas e participando de todo o processo.

“Quando a criança começar a dar sinais de recusa alimentar, precisamos ficar atentos, é muito importante saber lidar com a situação. Será que essa criança não beliscou entre as refeições e está com a barriga cheia? Se ela não quiser comer no momento da refeição é muito importante sentar e explicar que aquele e o momento de comer, e que terá tempo para brincar, assistir TV etc… se os sinais de recusa alimentar aumentarem, procure auxílio, pois cada caso é um, e deve ser tratado de forma diferente”.

Para Marieli, os pais jamais devem compensar a criança por ter comido toda a refeição. Nunca vai ser uma estratégia boa, pois a criança vai entender que precisa comer algo “ruim” que não gosta por exemplo, para ganhar algo “bom”.

“Precisamos lembrar sempre que a criança não tem vontade do que nunca comeu. Então se você não ofertar, ela não vai saber o sabor que aquele alimento tem. Estamos vivendo o uma geração que não tem tempo para nada, não se importa com a nutrição da criança. Abrimos pacotes por ser rápido e fácil, mas até que ponto essa praticidade vale a pena? A indústria dos alimentos tem as melhores propagandas, folders, o marketing é pesado. Mas precisamos entender de uma vez por todas que o simples funciona.”

Manter uma rotina nem sempre é fácil em meio a correria do dia a dia, mas Marieli reforça que é preciso manter hábitos saudáveis, pois tudo reflete em nossa saúde assim como a de nossos filhos.

“Eu quero fazer a diferença nas próximas gerações, quero mães amamentando, crianças saudáveis correndo por aí, vendendo saúde! Mas para que isso aconteça você precisa investir na saúde do seu filho, investir na sua saúde quando gestante. Invista tempo em cuidar de você, da sua família. Ter uma criança saudável em casa não é difícil, mas requer tempo e dedicação. Quais são tuas prioridades hoje? Reflita!”

Reportagem produzida por Schaiane Sacramento.