Caxias do Sul - O caso da professora acusada de agredir um aluno de 4 anos ganhou novas dimensões nesta quarta-feira (20). Isto porque, duas outras famílias compareceram à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul para registrar boletim de ocorrência contra a mesma educadora.
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Consequentemente, as investigações, que já estavam em andamento, se ampliaram. A delegada titular Thalita Andrich confirmou que os novos relatos se referem a supostos episódios de violência ocorridos no passado. De acordo com ela, portanto, essas ocorrências só vieram à tona após a forte repercussão do caso inicial. Além disso, a própria escola onde os fatos ocorreram também moveu uma ação judicial contra a professora e formalizou uma denúncia junto à polícia.
Instauração de inquérito policial
Em resposta às acusações, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul instaurou um inquérito para apurar lesão corporal. Vale destacar que, caso as investigações comprovem que a docente agrediu outros alunos, a pena poderá ultrapassar 14 anos de prisão.
Paralelamente, a polícia já está cumprindo uma série de diligências. Por exemplo, os agentes colheram depoimentos dos pais e dos responsáveis pela escola. Da mesma forma, a vítima já passou pelo exame de corpo de delito e, em breve, passará por uma avaliação psicológica.
A delegada Thalita Andrich detalhou os procedimentos: “Primeiramente, estamos ouvindo todos os envolvidos. Posteriormente, com todos os elementos em mãos, incluindo as imagens das câmeras, definiremos os próximos passos”. Dessa forma, a autoridade policial não descarta a possibilidade de pedir a prisão preventiva da investigada.
As ações policiais tiveram início na terça-feira (19). Dois registros foram feitos na segunda-feira (18): um pela família do menino agredido e outro pela direção da escola. A depender do resultado dos exames, a investigada poderá ser indiciada.
— Estamos analisando o vídeo e outros elementos para definir os próximos passos — completou a delegada, que não descarta a possibilidade de prisão preventiva.
Por outro lado, a escola infantil Xodó da Vovó, que atende cerca de 90 alunos, já tomou uma providência administrativa. Imediatamente após analisar as gravações do sistema de monitoramento, a instituição demitiu a professora por justa causa. O diretor Cristhian Segatto Ferreira acrescentou que a profissional tinha seis anos de casa e formação em magistério.
Agressão foi captada por câmeras
Tudo começou quando as câmeras de segurança flagraram a agressão. Nas imagens, a professora primeiro grita com o menino e, em seguida, bate em sua cabeça com uma pilha de livros. Imediatamente após o ato, que captou o som do impacto e do choro da criança, a docente a retirou da sala.
Inicialmente, os pais foram informados e, preocupados com a situação, levaram o filho a um dentista juntamente com os responsáveis da escola infantil. O exame apontou o afrouxamento de seis dentes, que segundo a análise da dentista que atendeu o caso, os ferimentos eram condizentes com agressão física, o que contradisse a versão inicial dos fatos declarados pela educadora. Diante disso, as gravações de câmeras de segurança comprovaram a agressão e deram início a toda a investigação.