Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, ícone da televisão brasileira e uma das figuras mais carismáticas do entretenimento nacional, morreu neste sábado (17), aos 93 anos, em São Paulo. O apresentador não resistiu, segundo boletim médico, a um quadro de broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1) e morreu às 4h50 no Hospital Albert Einstein, onde estava internado desde o início do mês.
O SBT se manifestou nas redes sociais.
“Hoje o céu está alegre com a chegada do nosso amado Silvio Santos. Ele viveu 93 anos para levar felicidade e amor a todos os brasileiros. A família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria”, diz a nota da emissora.
Em julho, Silvio Santos foi internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, para se recuperar de H1N1. Teve alta dois dias depois. Em 1º de agosto, voltou a ser hospitalizado para passar por exames de imagem.
Vida artística
Foram 60 anos de televisão. Desde que fez sua estreia à frente do programa Vamos Brincar de Forca, na extinta TV Paulista, Silvio Santos começou a escrever uma trajetória de muito sucesso, muitas polêmicas e muito dinheiro, sempre à frente do SBT, uma das principais emissoras de TV do país, que fundou em 1981.
O maior período que ficou afastado de seu filho mais famoso foi durante a pandemia. Quando voltou às gravações, depois de quase dois anos afastado das telas, um esquema de segurança com testagem e “pulseiras anti-covid” foi montado, mas isso não foi suficiente para blindar o Homem do Baú da doença que vitimou mais de 700 mil brasileiros.
Silvio se vai após 43 anos de SBT. Sobre o canal, Guilherme Stoliar, sobrinho do apresentador e ex-presidente do Grupo Silvio Santos, definiu, quando do aniversário de 90 anos do Patrão, em dezembro, que essa perda seria “muito difícil”:
“O SBT é o xodó do Silvio. A maior estrela é o próprio dono. Vejo uma dependência muito grande. Os dois se confundem, você não sabe o que é um e o outro. Nunca se falou no Grupo Silvio Santos no pós-Silvio Santos. Nunca foi assunto de reunião“, disse ele.
Silvio deixa um patrimônio que vai muito além da emissora. Empresário nato, desde a adolescência trabalhando como camelô nas ruas do Rio manifestou talento para os negócios. Era um patrão bravo e exigente, como disse uma das filhas. Mas também muito responsável e gentil, na opinião de outros funcionários.
Império empresarial
O homem de negócios e também do rosto mais conhecido da televisão brasileira, Silvio Santos deixa seis grandes empresas de diferentes áreas —mas ao longo das nove décadas de vida, gerenciou mais de 30 negócios. Assim, ele cravou seu nome na seleta lista de bilionários brasileiros, com uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, de acordo com o ranking de 2023 da revista Forbes.
“Líder nato, ele arrebanhou pessoas para trabalharem junto com ele. Assim, formaram esse grupo de empresas que o tornou empresário“, avaliou a atual presidente do grupo e filha “número seis” do apresentador, Renata Abravanel, na festa dos 90 anos do pai.
O império de Senor Abravanel começou a ser construído em 1958, quando fundou o Grupo Silvio Santos. O primeiro empreendimento do apresentador foi o Baú da Felicidade, comprado do pai de Carlos Alberto de Nóbrega, Manuel de Nóbrega. Mas isso nós vamos explicar mais para frente.
Em entrevista a Splash em 2020, a filha “número dois”, Silvia Abravanel, exaltou o papel de Silvio no comando das empresas, especialmente do SBT. A emissora, parte fundamental da família, também é responsabilidade de todas elas.
“Sempre tive noção que ele tinha formado um império. O SBT chamo de nosso sétimo irmão. Apelidei assim por a emissora ser a menina dos olhos do meu pai. O SBT foi algo que ele construiu pelas mãos dele”, afirmou.
Mas o império construído por Silvio quase chegou a ruir. Em 2010, Silvio Santos teve de vender o banco PanAmericano, um de seus maiores patrimônios, após ser descoberto um rombo de R$ 4 bilhões, provocado por fraudes entre 2006 e 2010.
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