Um problema ambiental e de saúde pública já tira a tranquilidade dos moradores do Loteamento Fenachamp, em Garibaldi, há semanas. Nesse período, os residentes têm convivido com a emissão de detritos derivados de cimento por uma empresa localizada nas proximidades da Rua Bianca Barichello Scomazzon. Ao ser lançada ao ar, a substância se espalha pela vizinhança e consequentemente cobre casas, carros e áreas externas com uma fina camada de pó. Como resultado, essa situação causa sujeira, prejuízos materiais e, sobretudo, muito medo de consequências para a saúde.
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Inicialmente, os próprios moradores denunciaram a situação e a registraram em vídeo. Nas imagens, é possível ver uma nuvem densa de pó acinzentada que sai de um reservatório da empresa e que o vento carrega diretamente em direção às residências. Além disso, a emissão parece ser contínua e de volume considerável.
Confira os vídeos:
A palavra dos moradores
“Isso não é certo. As crianças ficam doentes. Ninguém toma conta do meio ambiente.” , desabafa uma moradora que preferiu não se identificar. “Já estamos cansados de tanto reclamar” , completa.
De fato, os prejuízos são tangíveis. Além da sujeira constante, que exige limpeza repetida, os residentes também relatam danos à pintura de veículos, desgaste prematuro de eletrodomésticos e a impossibilidade de usufruir de áreas de lazer ao ar livre.
No entanto, a maior inquietação diz respeito à saúde das famílias. Isso porque o bairro é repleto de crianças e idosos, grupos que são mais vulneráveis a problemas respiratórios. Conforme a medicina reconhece, a inalação contínua de poeira de cimento representa um risco significativo, pois pode causar ou agravar doenças como irritação nas vias aéreas, rinites, sinusites e bronquites. Em casos mais graves de exposição prolongada, até mesmo pode levar à silicose, uma doença pulmonar grave e irreversível.
Diante desse cenário, os moradores agora exigem uma posição urgente dos órgãos competentes. Por um lado, a Secretaria de Inovação e Empreendedorismo de Garibaldi informa que a empresa opera com licenças válidas e afirma que não há nenhuma restrição legal. Por outro lado, os moradores já afirmam que entrarão com recursos jurídicos. Dessa forma, eles buscam não apenas que a empresa seja notificada e obrigada a tomar medidas imediatas para conter a emissão de poluentes, mas também que ela seja responsabilizada por todos os danos já causados.
Imagens: Especial/Leouve