A opção do ex-prefeito José Ivo Sartori de não ser candidato a prefeito de Caxias do Sul novamente, divulgada por ele na manhã desta quarta-feira (7), abre novos caminhos e influencia o planejamento dos partidos no cenário político local.
A então aposta principal do MDB à eleição deste ano afirmou que cumpriu sua trajetória de 48 anos de vida pública com seriedade e ética, e que “agora é hora de renovar e dar oportunidade a outras lideranças”.
O presidente da legenda em Caxias, Carlos Búrigo, que por três vezes já havia anunciado que o ex-governador seria o candidato emedebista, disse lamentar mas compreender a decisão de Sartori. Como plano B, o líder do diretório local revelou que Felipe Gremelmaier, vereador em quinto mandato, se colocou à disposição para ser cabeça de chapa pelo MDB.
“Eu acolho essa vontade do Felipe, um quadro importante, um jovem, dinâmico. Nós vamos trabalhar com o Felipe na condição de pré-candidato a prefeito de Caxias do Sul“, apontou.
Por enquanto, Búrigo não aborda outras possibilidades ao partido, como a indicação de Gremelmaier à vice na chapa do atual prefeito Adiló Didomenico (PSDB), pré-candidato à reeleição. Outra hipótese, da também vereadora pelo MDB, Gladis Frizzo – alinhada com lideranças de legendas da direita caxiense -, ser candidata à vice de Maurício Scalco (PL) pelo partido, é desconsiderada pelo presidente.
“O partido nunca trabalhou com a possibilidade da Gladis ser vice do Scalco. Eu nunca participei disso, então, isso é uma conversa que provavelmente os candidatos tiveram com ela. O partido sabe dessa conversa em paralelo, mas nunca foi conversado com o MDB institucionalmente”, destaca o líder emedebista.
Conforme Búrigo, a partir da negativa de Sartori, devem começar novas conversas com partidos, os quais preferiu não detalhar. Dentre as siglas que participavam diretamente das tratativas em torno de uma candidatura do ex-governador estavam o PSB e o PDT.
O efeito Sartori
O presidente do PSB em Caxias, Zé Dambrós, confessou a expectativa por um ‘sim’ do ex-prefeito, mas ressaltou que o partido está focado na criação de um plano de governo e no aguardo de novas reuniões, que devem ocorrer nos próximos dias 19 e 26 de fevereiro.
Até lá, Dambrós afirmou que não irá elencar nomes para possíveis chapas ou partidos com os quais o PSB possa se aliar.
“A questão da majoritária é uma etapa que nós não temos data. Estamos focados em um plano de ação para a cidade. Não é momento de elencar nomes, de vamos estar com A, vamos estar com B. Por enquanto, vamos aguardar a reunião da executiva. Com certeza o diretório, logo adiante, vai tomar a decisão mais apropriada”, defendeu.
O PDT, por sua vez, afirma ter mais esperança em lançar o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho como cabeça de chapa, segundo o presidente da sigla no município, Rafael Bueno. Entretanto, o partido também tem conversas avançadas com o PT, reforçando-se a tendência de indicar o vice da pré-candidata do PT a prefeita, Denise Pessôa.
Os rumos pedetistas devem ser definidos em reunião do diretório no dia 20 de fevereiro.
“Algumas pessoas esperavam essa resposta para tomar definições. No dia 20 nós estaremos fazendo uma reunião para definir os rumos, Alceu é o nosso candidato preferencial. Faremos uma análise da conjuntura eleitoral com todo o diretório e, a partir disso, decidir se a gente faz uma composição com outra frente que está liderando também outras candidaturas”, explicou o vereador.