Foto: Especial Leouve
Foto: Especial Leouve

Carlos Barbosa - Uma proposta de zoneamento escolar da Prefeitura Municipal de Carlos Barbosa, gerou forte polêmica. De acordo com denúncias de um grupo de mães, a Secretaria Municipal de Educação já implementa as novas regras, embora o projeto de lei ainda não tenha a aprovação da Câmara de Vereadores e esteja sendo tratado também junto da Promotoria Justiça Regional de Caxias do Sul.

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As famílias afirmam que a medida não prioriza o acesso à escola mais próxima. Pelo contrário, elas acreditam que o objetivo principal é reduzir rotas do transporte escolar. Como resultado, a vida de pelo menos 280 crianças sofre impacto direto. A lista de estudantes de escolas estaduais que vão precisar ser realocados de acordo com o novo zoneamento, chegou para as escolas nos últimos dias. Segundo informações, na Escola Dom Vital, aproximadamente 70 estudantes serão afetados; Na Escola São Roque, em torno de 200 alunos.

De acordo com o grupo de mães, o processo carece de transparência e participação comunitária. Elas relatam que não houve audiências públicas para debater os impactos na rotina das famílias. “Não houve diálogo com a comunidade”, afirmam.

As principais denúncias

Motivação questionada: As mães acreditam que o zoneamento não garante vaga na escola próxima, pois ninguém apresentou dados sobre crianças sem vaga. Na visão delas, a medida visa apenas mudar o sistema de transporte e eliminar rotas de ônibus.

Falta de estudo de impacto: Elas também criticam a ausência de um estudo sobre as consequências para as crianças. Dessa forma, o “melhor interesse da criança” não foi essencial no projeto.

Implementação antecipada: Um ponto grave é a acusação de que a Secretaria já aplica as regras do projeto não aprovado. “A secretaria já implementa as regras”, relatam.

Alternativas engessadas: As famílias denunciam que a administração não abre exceções. Mesmo os pais que desejam (e podem) levar seus filhos à escola antiga, abdicando do transporte, estariam sendo obrigados a mudar de unidade. A opção pelo turno integral também estaria restrita ao zoneamento, impedindo matrículas em escolas que oferecem a modalidade fora da área de residência.

Falta do transporte prometido: As mães contestam publicamente a fala da secretária de que, em 2026, haveria transporte garantido para as crianças que optassem por permanecer nas escolas onde estão adaptadas. Elas afirmam que, na prática, os pais estão sendo obrigados a assinar termos se responsabilizando pelo transporte nessas situações, o que tornaria a promessa “inverídica”.

A situação expõe um sério conflito entre a administração municipal e a comunidade escolar, levantando dúvidas sobre transparência, participação social e o verdadeiro foco das políticas públicas educacionais no município.

A reportagem do Portal Leouve entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Carlos Barbosa e efetivou questionamentos a respeito da atual situação do transporte escolar do município. Porém, até o fechamento desta matéria, nenhum questionamento havia sido respondido.