Mais de R$ 10 milhões foram movimentados por quatro grupos envolvidos em jogos de azar: caça-níqueis, bingos e jogo bicho. Ao menos, é o que aponta uma investigação de um ano e meio da Polícia Civil de Caxias do Sul e que teve a segunda fase deflagrada na manhã desta quinta-feira, dia 26.
A Operação No Suerte, coordenada pela 8ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (8ªDPRI), cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em diversos pontos da cidade, principalmente na área central. Os agentes ainda prenderam três pessoas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
A ação investiga lavagem de dinheiro de grupos com ramificações em demais cidades da Serra Gaúcha e até no Rio de Janeiro, segundo o delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva. O passo inicial contou com autorização judicial para a quebra de sigilo bancário e fiscal dos indivíduos.
Os acusados das contravenções também adquiriam diversos bens móveis, imóveis e veículos, com a exploração dos jogos de azar. Conforme Rosa, é difícil afirmar quantas pessoas estão envolvidas com estes grupos, pela quantidade de pontos administrados.
“Uma quantidade difícil de se mensurar. Nós temos diversos estabelecimentos comerciais em Caxias do Sul, padaria, lancherias, bares, que tem máquias caça-níquel sendo exploradas. São diversos locais que são fechados e depois abrem de novo. É um grupo muito grande que as pessoas botam a exercer a atividade ilícita, dessa contravenção penal, que hoje podemos elaborar os inquéritos policias referentes a lavagem de dinheiro e esse é o objetivo da operação propriamente dita”, salienta o delegado.
Foram apreendidos contratos, livros contábeis, cerca de R$ 40 mil em dinheiro e seis armas de fogo. Mais de 70 policiais civis e 13 delegados participaram da operação.
O objetivo da Polícia, agora, na terceira fase, é a coleta e análise dos dados e informações para conclusão do inquérito e remessa para o poder judiciário. Este é um enquadramento inédito no Rio Grande do Sul com relação aos jogos de azar.