Pois o único resultado do novo pedido de abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Daniel Guerra, analisado nesta terça-feira, dia 26, foi mais desgaste pra todos os lados.
Pois assim como a primeira denúncia, há mais ou menos um mês, a segunda tentativa de abreviar o mandato de Guerra, desta vez chancelada pelo próprio vice-prefeito, Ricardo Fabris, não passou de um tiro de festim na Câmara de Vereadores. Mas, diferente da primeira vez, não houve unanimidade na votação, o que indica um desgaste maior do governo.
E convenhamos que a intenção desses sucessivos pedidos é exatamente essa: desgastar o governo de Daniel Guerra cada vez mais.
Porque vamos combinar que duas tentativas de processar o prefeito em pouco menos de nove meses de mandato é um exagero e um despropósito, mas a coisa não deve ter fim por aí, porque franco atirador fabris já disse que pretende encaminhar o mesmo documento para o ministério público.
Mas a verdade é que, por mais que a maioria dos vereadores quisesse ver o mandato de Guerra acabar precocemente, a repercussão negativa não cria as condições pra isso. E, por isso, ainda que alguns defendessem a denúncia, ela não tinha mesmo as mínimas condições de passar.
Primeiro, porque o momento é inoportuno, mas principalmente porque não há ambiente e nem voto suficiente pra cassar um prefeito com tanto apoio popular.
O problema é que, aceitando a denúncia, a possibilidade de defesa do prefeito poderia até ser positiva pra impedir uma terceira denúncia requentada pelos mesmos motivos que deve vir por aí, mas criaria um cenário desgastante para a cidade, para a administração e também pra câmara.
Por isso, não havia orientação pro voto, e os vereadores liberados pra votar como quisessem era um sinal de que ninguém queria a paternidade desse processo, e a postura do vereador Kiko Girard, do mesmo partido de Fabris, o único a não votar, a não ser o presidente da Casa, é claro, que só vota em caso de empate, mesmo depois de dizer que votaria contra, mostra só uma ponta do estrago provocado.
Porque o estrago é maior pra nós, cidadãos comuns.
Porque enquanto a gente fica no meio dessa guerra, as ruas e as redes sociais mostram que, desde que a crise política se instalou, as discussões se polarizaram de uma maneira que, infelizmente, não sobra espaço pra uma posição equilibrada.
Quem perde com isso somos todos nós.