Na última semana, o Brasil e o Mundo comemoraram a notícia de que as farmacêuticas MSD e Ridgeback Biotherapeutics obtiveram resultados satisfatórios ao testar um medicamento antiviral contra a Covid-19. A cidade de Bento Gonçalves tem participação direta neste grande passo que poderá encaminhar o fim da pandemia. O Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) participou dos estudos que demonstraram uma eficácia de 50% do Molnupiravir para evitar que quadros de coronavírus leves ou moderados resultassem em hospitalização ou morte.
Os estudos foram rodados em 170 países. O Brasil teve sete centros que receberam o Molnupiravir para ser estudado em voluntários. No Rio Grande do Sul, apenas o Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) participou da fase 3.
A reportagem do Grupo RSCOM conversou com Nicole Golin, diretora técnica do Tacchini e investigadora principal do estudo no ITPS.
“Fica muito difícil expressar o tamanho do orgulho que a gente tem em poder dizer que participou de um estudo dessa grandeza. Foram centenas de centros em um nível mundial, e dentro do Brasil só sete locais foram centros de pesquisa dessa medicação. Um deles foi o Tacchini através do Instituto Tacchini de de Pesquisa em Saúde (ITPS), aqui em Bento Gonçalves. Então isso talvez seja o grande divisor de águas em termos de tratamento realmente eficaz contra a Covid-19. Essa pode ser a primeira medicação que realmente tenha dados que corroborem com a eficácia no combate ao vírus e a doença, e coloca o Tacchini definitivamente no patamar dos grandes centros de pesquisa do país.” Afirmou a pesquisadora.
Ela seguiu destacando que “além de estar diretamente envolvido na busca de um tratamento eficaz, o significado que isso tem para o Tacchini e para nossa região é de estarmos inseridos em um grupo de pesquisa sério com este nível de resultado e de entrega para a comunidade mundial. Então nós estamos muito felizes e orgulhosos em poder participar de tudo isso”.
Por recomendação de um Comitê de Monitoramento de Dados independente e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, o recrutamento do estudo está sendo interrompido precocemente devido a esses resultados positivos.
A MSD planeja enviar um pedido de Autorização de Uso de Emergência ao FDA dos EUA o mais rápido possível com base nessas descobertas e planeja enviar pedidos a outros órgãos reguladores em todo o mundo. No Brasil, a MSD está em negociações avançadas com órgãos técnicos governamentais competentes para colaboração tecnológica com o objetivo de definir a melhor forma de acesso à população – ainda dependendo de aprovação regulatória. A submissão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será solicitada em breve.