A superintendente-geral do Hospital Beneficente São Carlos (HBSC), Janete Toigo D’Agostini, apresentou na última quinta-feira (25), o relatório social do São Carlos durante o Almoçando com a CICS, evento promovido pela Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Agronegócios de Farroupilha.
Durante a explanação, Janete mostrou a evolução econômica do HBSC de 2017 a 2022, passando da intervenção pública rumo ao equilíbrio financeiro. Segundo a superintendente, ao assumir a entidade, em 2017, o hospital tinha apenas seis pacientes internados e fazia somente partos e cirurgias de emergência:
“Havia setores trancados com cadeado e um excesso de funcionários sem atividades. Passivos nas contas de água, luz e oxigênio, entre outras dívidas. Com a ajuda de voluntários e da comunidade, conseguimos dar uma arrancada para a grande virada: alimentos, uniformes, reformas urgentes e renegociação da dívida com os credores. Assumimos os compromissos do presente e negociamos os do passado. Com gestão responsável, mais de R$ 8 milhões deixaram de ser pagos em juros aos bancos. Tudo isso somado ao investimento em habilitação para novos procedimentos e retomada da credibilidade”, reforçou.
Em dezembro de 2016, o hospital somava R$ 43 milhões em dívidas. Ao final de 2022, esse valor caiu em quase 70%, para R$ 16 milhões.
“Somos enxutos. Essa é a única forma de manter o hospital funcionando. Planejamos, otimizamos recursos e contamos com um time de estrelas comprometidas com a nossa instituição. Isso faz com que o Hospital São Carlos tenha renascido e hoje se firme como uma das principais instituições hospitalares da Serra Gaúcha. Meu agradecimento à CICS de Farroupilha e a cada morador dessa cidade que abraçou nosso trabalho”, salientou Janete.
Presidente do conselho da CICS Serra, Daniel Bampi destacou o comprometimento da entidade com Farroupilha e com outros municípios da região. “Imaginem atravessar uma pandemia sem os serviços do Hospital São Carlos. Vocês estão de parabéns, especialmente os que se doam diariamente para esse hospital”, elogiou.
Indicadores de produção
Além da evolução econômico-financeira do hospital, por meio de medidas de economia, investimentos em novos tipos de atendimento, emendas parlamentares e renegociação de débitos, Janete apresentou dados de produtividade do HBSC. Em média, são feitas 10 mil internações hospitalares por ano, sendo 55% pelo SUS. São cerca de 35 mil atendimentos de emergência, tendo o SUS em 81% dos casos.
O ambulatório de especialidades tem a média de 30 mil atendimentos anuais, chegando a 90% SUS. Em média, são 6,5 mil procedimentos cirúrgicos por ano, 850 nascimentos, 600 refeições servidas diariamente, 780 kg de roupas lavadas por dia e mais de 800 equipamentos sob gestão da engenharia clínica. Com alto percentual de atendimentos via SUS, Janete evidencia a necessidade de correção da tabela para equilíbrio nas contas:
“Para se ter uma ideia, o hospital recebe R$ 11 por consulta de emergência via SUS, independentemente do que o paciente precise. Isso precisa ser revisto urgentemente”, evidencia.
Tesouro dentro do hospital
Apesar de ainda estar se reestruturando, o HBSC já registra inúmeros avanços tecnológicos e estruturais, em nome da segurança plena do paciente. Nos últimos anos, recebeu habilitação de leitos de UTI Adulto, da alta complexidade em traumato-ortopedia, do Centro de AVC; além do ambulatório de cirurgia vascular e coloproctologia; certificado de UTI Eficiente; certificado de Guardiões da Central; realização de neurocirurgia inédita de Parkinson; reinauguração da ala materno infantil e cinco anos consecutivos em superávit.