Por conta de uma denúncia, de forma anônima, por improbabilidade administrativa, cerca de 300 feirantes foram prejudicados em Caxias do Sul. A Grande Feira do Parque, a qual chega em sua 14ª edição, não poderá mais ser realizada no Parque Jardim América Margarida. Tal notificação por parte do Poder Público fez com que os feirantes realizassem uma paralisação neste domingo (8), dia este que deveria ter ocorrido mais uma feira.
A Grande Feira do Parque ocorre uma vez por mês e, até então, ela tem autorização para acontecer no Parque, autorização essa que foi concedida pela Secretaria de Meio Ambiente da cidade. Contudo, por conta da denúncia, a feira não poderá mais ocorrer de tal forma, pois a queixa aponta que os feirantes recebem toda a estrutura do governo municipal, acusando também que os participantes precisam pagar uma taxa de inscrição, resultando em improbabilidade administrativa.
Conforme explica um dos organizadores do evento, Rogério Garcia, a acusação é falsa, tendo em vista que os próprios feirantes bancam toda a estrutura, além de realizarem a limpeza do parque, proporcionando oportunidades aos feirantes e movimentando a economia local, ajudando ONG’s, entre outros benefícios para a comunidade.
“A Grande Feira do Parque Aberta e Livre é um grande projeto social, o maior evento de inclusão social da Serra. É chamada assim porque ela é aberta a todos. Temos muitos feirantes que necessitam dessa feira, muitos que vieram aqui após a pandemia para tirar o seu sustento e voltar a ter uma vida normal, pois sofreram muito” disse Garcia.
Sobre a denúncia
“Temos uma denúncia de algo que não acontece aqui, onde a denúncia afirma que nós recebemos a estrutura da prefeitura, porém todos os feirantes sabem que não é verdade, pois aqui na Grande Feira tudo é decidido pelos feirantes. Se há alguma irregularidade, ela é cometida por todos. Quem fez a denúncia fez isso atirando no alvo errado. Atirou em mim, mas acertou em todos os feirantes, nas famílias que dependem dessa renda.
Conforme explica Rogério, a denúncia enviada ao Ministério Público relata que a feira recebe toda a estrutura da prefeitura, além de uma cobrança de taxa que é feita aos feirantes para participarem.
“E não é verdade, pois o feirante entra no grupo inscrição, e ao entrar, automaticamente já está inscrito, fazendo uma contribuição ou não. Nós temos uma contribuição que cobre todos os nossos contratos, banheiros, divulgação, investimos muito em mídia, tanto que fomos conhecidos internacionalmente”.
Em entrevista com os feirantes, muitos explicam que realizaram investimentos para trabalhar o ano todo em prol da comercialização de seus produtos, porém, por conta do ocorrido, muitos que utilizam a feira como sua principal renda mensal, ficarão no prejuízo.
“Quando recebemos a notificação da autorização, a qual levamos seis meses para conseguir, e descobrimos que estava revogada por conta de uma denúncia ao Ministério Público, nos caiu o semblante, pois o povo investiu por uma feira anual. Em primeiro lugar temos que agradecer o secretário da Secretaria de Meio Ambiente, João Osório Martins, que nos deu essa autorização, há mais de 20 anos estava parado, mas neste momento em que houve esta denúncia ao MP, acho que deveria ter sido melhor analisado, ter vindo conversar com os feirantes. Quem fez esta denúncia falsa não teve o caráter de por seu próprio nome. ” relata Rogério.
Confira a entrevista com alguns feirantes que relatam a importância da feira.
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