O governador Eduardo Leite (PSDB) assinou nesta quarta-feira (29), a ordem de início da obra de duplicação da ponte sobre o Arroio Tega, em Caxias do Sul. A travessia está localizada no km 73 da ERS-122. O ato ocorreu na abertura da primeira reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), deste ano.
O ato também contou com a participação de vários secretários de Estado e de representantes da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG). A empresa administra o chamado Bloco 3 das rodovias estaduais e vai executar a obra orçada em R$ 50 milhões. O recurso foi obtido por meio dos valores arrecadados com as tarifas do pedágio eletrônico free flow e parte do valor de R$ 300 milhões aportados pela concessão.
A duplicação terá 268m de extensão, 32m de altura e 12m largura. São sete vãos, 28 vigas longarinas, sendo 24 unidades de 38,80m e quatro unidades de 28,80m. Segundo a CSG, o tráfego médio de veículos é de 18 mil por dia. As pistas vão possuir uma largura útil de 3,6m cada, com faixa de segurança de 1,5m, acostamento de 2,5m, e guarda rodas em ambas as laterais ao longo de toda a extensão.
A estrutura foi projetada para atender ao tráfego de veículos da classe TB-450 (transporte de cargas pesadas), em conformidade com as recomendações das normativas vigentes aplicáveis a esse tipo de construção.
A previsão é de que a obra seja concluída em até 18 meses, com cerca de 75 trabalhadores. Conforme o projeto, devem ser utilizados 741.937 kg de aço e 4.959 m³ de concreto. A licença ambiental prévia e de instalação foi emitida no dia 19 de dezembro de 2024, pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Prioridade e negociação de prazos
Conforme o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres, a duplicação da ponte vai facilitar o mesmo processo no restante do percurso.
“A gente entende que, como ela é um gargalo, temos que dar um tratamento prioritário, independentemente de questão de financiamento das obras né. O andamento da duplicação não tem uma previsão para começar, pois depende do ajuste junto ao governo do Estado do cronograma de obras. Por conta da da catástrofe que aconteceu, das emergências, quando a gente acertar essa questão vamos ver o prazo que nós vamos fazer. O mais importante é de que a ponte seja executada concomitante com a duplicação”, afirma Peres.
Infraestrutura e logística
O governador Eduardo Leite salienta que o percurso é uma das principais rotas de ligação entre a Serra Gaúcha e outras regiões do Estado e até do país. Desta forma, nos próximos anos devem ocorrer mais duplicações de rodovias estaduais na região.
“Até o ano que vem, devem entregar também a duplicação do trecho da RC-453, entre Farroupilha, Garibaldi e Bento Gonçalves, assim como outros trechos em São Vendelino e Montenegro. Depois, até o sétimo ano de concessão, teremos da duplicação do trecho da ERS-122, entre São Vendelino e Farroupilha, que não é duplicado. São investimentos muito robustos. O Estado pode ajudar, acompanhar e participar, mas também é dinheiro público que deixa de ir para outras áreas. Também estamos fazendo investimentos públicos, por exemplo, em Vila Flores e Antônio Prado. Se nós queremos então uma tarifa de pedágio ainda mais reduzida, com aportes, nós também vamos tirar dinheiro de algum outro lugar, que deixa de atender a comunidade. Essa equação, na forma que foi desenhada, embora não seja mais simpática, é que viabiliza os investimentos a serem suportados pela concessão”, ressaltou o governador.
Ainda nesta quarta, Eduardo Leite, Ricardo Peres, o secretário-adjunto da Reconstrução Gaúcha, Gabriel Fajardo, e o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico (PSDB) realizaram uma vistoria no local da obra.
Estudos técnicos
A CIC Caxias se propõe em colaborar com o custeio de um estudo técnico sobre a infraestrutura logística da Serra. Conforme o presidente da entidade, Celestino Oscar Loro, a ideia visa incrementar a mobilidade da produção e o desenvolvimento do turismo.
“Propomos ao governo do Estado para que seja parceiro junto com a iniciativa privada na construção de uma solução definitiva para a Rota do Sol. Nós estamos propondo a ele, que nós patrocinamos um estudo que possa nos indicar qual é a melhor solução estruturante para aquele trecho, que ainda está sem concessão e de certa forma está desatendido. Buscar uma solução, primeiro do aspecto do transporte da produção. Ela é uma rodovia que muito mais do que turística, é infraestrutura para transporte de cargas”, afirma Loro.
Fotos: Cassiano Farina/Divulgação
Foto: Maurício Tonetto/Secom RS
Foto: Fernando Santos/Grupo RSCOM