No próximo dia 31 de janeiro ocorre a diplomação dos deputados eleitos na última eleição e portanto os deputados que não se elegeram terminam seu mandato, entre eles a deputada estadual Francis Somensi (Republicanos), ela que conversou com exclusividade ao Grupo RSCOM sobre o seu período na Assembleia Legislativa e também de seu futuro.
Inicialmente, Fran Somensi foi perguntada sobre seus principais maiores aprendizados na assembleia, dos projetos aprovados, estes que tiveram participação fundamental dela. Como maior destaque, ela falou de projetos na área da saúde e também obras em rodovias:
“Eu tenho dito que foi um aprendizado único nós não tínhamos experiência nenhuma no legislativo, nunca tínhamos sido vereadores. Quando fomos eleitos como deputada estadual nós tínhamos 497 municípios para entender a demanda de cada região. Iniciei fazendo parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), diria hoje a mais importante da assembleia. Foi uma comissão muito importante e sou muito grata de ter tido a oportunidade de ter estado ali por dois anos. Participei nos quatro anos da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, outra comissão importante onde conseguimos entender a realidade dos números do nosso Estado”, iniciou.
Sobre seus principais projetos ela destacou aqueles destinados para a área da saúde, que em sua visão é prioridade na vidas das pessoas. Um programa citado foi o da Farmácia Solidária, implementado no município de Farroupilha no ano de 2015 quando ainda era a primeira-dama da cidade:
“Quando eu consigo criar um projeto da Farmácia Solidária, que hoje é uma lei estadual , programa do estado do Rio Grande do Sul e tem sido exemplo para outros estados e fora do nosso país temos outros países que trabalham com projetos semelhantes ao nosso, nos deixa com essa leveza de dizer que fizemos o que tínhamos nos comprometido. Hoje são 43 municípios e tem vários ainda por abrir a farmácia solidária, esse era um compromisso meu”, destacou ela.
O programa Farmácia Solidária faz com que remédios que não serão utilizados mas que ainda estejam dentro da validade sejam repassados para aqueles que não tem condições de comprar estes medicamentos. Além disso, o projeto incentiva o descarte correto dos medicamentos quando não puderem ser mais utilizados.
Outro caso levantado por Fran Somensi foi a da lei Helena Maffini, uma bebê que faleceu com poucos dias de vida e a mãe da criança acabou uma ONG, esta que tem como objetivo lidar com o luto e a dor da perda precoce. A lei visa organizar serviços, tanto em hospitais públicos como privados para que este momento seja pelo menos um pouco menos doloroso.
Na questão das obras em rodovias, ela falou sobre a união dos cinco deputados da Serra Gaúcha na assembleia para que os problemas fossem ouvidos e as demandas repassadas para que assim fossem realizadas as melhorias necessárias. O caso do pedágio entre Farroupilha e Caxias do Sul foi relembrado pela deputada.
“Nós tivemos uma experiência frustrante entre Farroupilha e Caxias, um pedágio que não devolveu nada para a população, bem pelo contrário, entregou a rodovia de forma precária e cobrou muito, nós pagávamos um valor exorbitante por esses quilômetros onde foram feitos nada, não tivemos nada em obra. Precisamos chegar em um patamar de uma estrutura melhor”.
As rodovias de Santa Catarina foram um exemplo citado, onde os valores dos pedágios foram repassados em obras para os condutores.
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Recentemente ela foi convidada pelo atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para assumir alguma secretaria do governo, porém ela acabou declinando a oferta por motivos pessoais:
“Eu declinei neste primeiro momento agradecendo a oportunidade e dizendo da minha dificuldade hoje de assumir uma secretaria, seja ela qual for, no sentido de que eu teria que praticamente me mudar para Porto Alegre eu tenho meus dois filhos que estudam em Farroupilha e Caxias do Sul e ficaria difícil. Eu não posso abrir mão daquilo que é mais importante para mim hoje que são meus filhos para estar lá, eu jamais aceitaria um cargo de secretária para trabalhar mais ou menos. Eu estaria muito mais na estrada do que como deputada”, ressaltou.
Por fim, Francis Somensi falou sobre sua relação junto ao povo farroupilhense e do seu futuro político onde poderia existir a possibilidade de disputar uma vaga na Prefeitura de Farroupilha, este que ela ressaltou não ser um desejo pessoal seu:
“Eu sou muito grata a Farroupilha, cidade que me acolheu, onde eu constitui meus filhos, é uma cidade que eu tenho gratidão, as pessoas tem muito carinho pela gente pelo nosso trabalho, e é recíproco por que é um povo muito trabalhador. Meu primeiro emprego pós-formada foi aqui em Farroupilha, então é uma cidade que eu escrevi minha história”. Ela revelou que durante a última campanha, recebeu inúmeros pedidos para ser a prefeita do município.
“De certa forma a gente fica feliz pelas pessoas entenderam que a gente pudesse estar fazendo um bom trabalho, é importante para nossa cidade, e ao mesmo tempo uma angústia, isso gera uma angústia na gente, cria uma responsabilidade muito grande, a gente fala de sonhos, tem esperança de dias melhores e enxergam isso na nossa pessoa. Nosso futuro político depende do encaminhamento de nossa capacidade de gerar frutos. Estamos abertos ao diálogo. A gente deixa sim o nosso nome à disposição. Acredito que o município mereça uma gestão qualificada e comprometida”, esclareceu Somensi.
Porém ao ser questionada se ser prefeita de Farroupilha é um desejo que ela carrega, a resposta foi negativa:
“Não é meu desejo hoje, eu senti isso de muitas pessoas que vieram me abraçar e me pedir para ser (prefeita do município), eu acho que para a gente ser candidato para um executivo de um município, tem que vim de uma construção de muitos. Deixar meu nome à disposição é deixar meu nome à disposição de construção, inclusive para um projeto maior para a cidade”, finalizou a deputada estadual.
Francis Somensi acabou não sendo eleita no último pleito para deputada estadual sendo a 1ª suplente do seu partido, o Republicanos.
