As entidades da segurança pública, que estão convocando os dois dias de paralisação pela reposição salarial, para os dias 29 e 31 de março, se reuniram nesta segunda-feira, para preparar as atividades que acontecerão a partir desta terça-feira. A grande novidade da reunião, foi a presença das entidades que representam os servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros. Em pronunciamento, no início da reunião, eles declararam o apoio à paralisação chamada pelas entidades, destacando que, apesar de não poderem, por impedimento legal, paralisar suas atividades, estarão juntos com todos os servidores da segurança pública, na defesa de um tratamento específico a esses profissionais, que estiveram nas ruas enfrentando a pandemia do coronavírus.
O clima da reunião foi de indignação com o descaso do governo, que não se dispôs, nem mesmo, a receber as entidades para negociar a reposição salarial. Frente à intransigência do governo, as entidades irão, nesta terça-feira, percorrer a Assembleia Legislativa com a finalidade de angariar apoio parlamentar para a abertura de diálogo por parte do governo. Como frisa o Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “o governador Eduardo Leite, que se elegeu com o discurso do diálogo, está saindo do governo para tentar concorrer a presidente do país, sem receber os profissionais da segurança que estão há mais de três anos sem reajuste. Por isso, vamos paralisar as atividades e, caso o governo continue se negando a negociar, as entidades vão aprofundar ainda mais a mobilização”.
Ao final da reunião, foi redigida uma Nota Oficial, com o posicionamento das entidades da segurança pública. Veja abaixo, a íntegra da Nota.
ORIENTAÇÕES AOS POLÍCIAS
Nos dias 29 e 31 de março, os (as) servidores (as) da segurança pública, vão paralisar suas atividades, em defesa da reposição salarial. A paralisação foi definida em uma reunião das várias entidades representantes das categorias da segurança pública, que definiram os serviços que continuarão sendo atendidos.
Veja, abaixo, as orientações aos (às) Policiais Civis:
1 – A paralisação começará às 8 horas e se estenderá até às 18 horas nos dias 29 e 31 de março;
2 – Em Porto Alegre, a concentração dos (as) Policiais Civis será em frente ao Palácio da Polícia. No Interior do estado e região metropolitana, a orientação é para que os (as) policiais se concentrem em frente às suas delegacias, ou local de trabalho;
3 – A orientação é para que não haja circulação de viaturas. Todas devem permanecer paradas no órgão a que pertencem;
4 – Não haverá cumprimento de MBAs, mandados de prisão, operações policiais, serviço cartorário, entrega de intimações, oitivas, remessa de IPs ao Poder Judiciário e demais procedimentos de polícia judiciária;
5 – As DPPAs e plantões somente atenderão os flagrantes e casos de maior gravidade, tais como: homicídios, estupros, ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e idosos, Lei Maria da Penha, além daquelas ocorrências em que os (as) plantonistas julgarem imprescindível a intervenção imediata da Polícia Civil.
6 – O objetivo dos dois dias de paralisação, é a abertura de um diálogo com a população, explicando os motivos da nossa paralisação e todos os problemas da segurança pública no nosso estado, como a falta de efetivo, não reposição salarial e as más condições de trabalho da Polícia Civil. É preciso mostrar à população que a nossa luta é em defesa da segurança pública e que a queda de todos os índices de violência no estado, aconteceu mesmo com a categoria sem reposição salarial há mais de três anos.
*Fonte UGEIRM – Sindicato dos escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil do RS