Agro Rural

Expointer: descubra o que há de diferente no Pavilhão da Agricultura Familiar

O secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Ronaldo Santini, fala sobre resultados do primeiro final de semana da feira

Expointer 2023 bate recordes com quase R$ 8 bilhões em negócios
(Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
Em sua 46ª edição, a Expointer, conta com Pavilhão da Agricultura Familiar registrando maior número de expositores da história. Com 372 empreendimentos e uma ampla gama de produtos, entre agroindústrias, artesanato, plantas, flores e praça de alimentação. Entre eles estão 73 participam pela primeira vez da feira. Descubra o que há de diferente e peculiar neste ano.

Óleo de noz pecã de Bento Gonçalves (banca 209)

“É um processo bem artesanal no qual se extrai o óleo da noz pecã a frio. Então, ele se torna um produto totalmente natural e sem conservantes, mais suave que o óleo de oliva. Pode utilizar nas saladas, nas finalizações dos pratos ou com pãezinhos”, explicou Sônia Salvallaggio, 51, gerente da Casa Cantelli.

Outras aplicações da fruta também estão disponíveis no estande, como a manteiga de noz-pecã, semelhante à manteiga de amendoim, e o chá de casca de noz-pecã, indicado para diabéticos. “Além disso, nós temos as nozes naturais, em farelo, caramelizada, caramelizada com canela, caramelizada com coco e a versão agridoce, drágeas com chocolate branco, ao leite e meio amargo”, complementou a gerente.

Expointer: A gerente Sônia Salvallaggio e o funcionário Claudio Ciusz Jr, da Casa Cantelli. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
Expointer: A gerente Sônia Salvallaggio e o funcionário Claudio Ciusz Jr, da Casa Cantelli. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)

Roscas de coalhada de Bom Jesus (banca 119)

De Bom Jesus vem uma receita típica dos tropeiros da Serra Gaúcha. E que também foi passada no seio familiar: “Receita da minha vó, depois passou pra minha mãe e agora está comigo e minha esposa. Um alimento muito utilizada pelo tropeiros, rústico, saboroso e que durava de três a quatro dias numa mala de garupa”, se orgulhou em contar o jovem agricultor Valdevino Moraes Alano, 21, da Agroindústria Sabor da Mata.

Ele explicou que a ideia de vender roscas congeladas foi da irmã. “Depois, a gente regularizou a agroindústria e estamos em quase todos os mercados lá da região com esta rosca de coalhada”, disse Valdevino. Outras variedades oferecidas na banca sãos roscas de milho, roscas glaceadas de coco, bolachas champagne, sequilhos de erva-doce, biscoitos amanteigados e biscoito de vento serrano no qual “só vai polvilho, ovo e um pouco de gordura vegetal, uma rosquinha de praticamente vento”, brincou o agricultor.

De Bom Jesus: jovens agricultores Valdevino Alano e Fernanda dos Santos. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
De Bom Jesus: jovens agricultores Valdevino Alano e Fernanda dos Santos. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)

Alho negro de Monte Belo do Sul (banca 16)

Também na Serra Gaúcha, a 15 quilômetros de Bento Gonçalves, os cogumelos shimeji e o alho preto são cultivados no campo para a produção de mel, geléias e produtos caponados. “Estamos em nosso primeiro ano na Expointer, com muito orgulho, expondo nossos cinco tipos de produtos à base de cogumelo e alho negro”, vibrou Felipe de Costa, 31, proprietário da De Costa Cogumelos e Alho Negro.

“No Brasil, a cultura do alho negro começou em São Paulo e nas regiões centrais do Brasil e aqui no Rio Grande do Sul somos um dos poucos que trabalha e distribui essa cultura”, comentou Felipe. Até o momento, a agroindústria experimentou as variações de mel com alho negro, geleia de alho negro e caponata de shimeji com alho negro.

Expointer: Felipe de Costa, produtor de alho negro, de Monte Belo do Sul. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
Expointer: Felipe de Costa, produtor de alho negro, de Monte Belo do Sul. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)

Peixes de Mostardas (banca 194)

O casal de pescadores Jucelito de Matos, 43, e Yanka Rosa, 27, da Mar-Telinho Pescados, do Balneário Mostardense, estão pela primeira vez na Expointer. “Vendendo seu peixe” eles contam o que trouxeram para o Pavilhão da Agricultura Familiar:

“A gente está oferecendo camarões, camarões rosa, filés, filés de pescado, filé de traíra, peixes em posta e bolinhos de peixe”, comentou Yanka Rosa. Tudo isto embalado e pronto para levar congelado para preparar em casa.

Com uma década de atividade, a agroindústria, que hoje emprega noves pessoas, é fruto de uma sucessão familiar: “Começa com meu vô, Zé Leandro, passou para meu pai, Deoclécio, e agora eu. E quero ver se passo para meus filhos, Tiago, Miguel e Josué”, se emocionou Jucelito.

A origem do nome da empresa é curiosa. Certa vez, há alguns anos, Jucelito saiu para o mar com uma rede de pesca e acabou pegando um tubarão-martelo. Voltando com um peixe enorme, um amigo entusiasmado criou uma arte e batizou o negócio de “Mar-Telinho”.

Casal de pescadores Yanka Rosa e Jucelito de Matos, de Mostardas. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
Casal de pescadores Yanka Rosa e Jucelito de Matos, de Mostardas. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)

Jeropiga de Rio Grande (banca 195)

Gabriel Costa Dias, 28, é parte da sexta geração de agricultores que produzem a jeropiga, na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande. Mas o que é a jeropiga?

“É uma bebida de origem portuguesa que é feita do mosto da uva e não tem a fermentação de um vinho e conserva a característica da uva, mais adocicada e com mais sabor. É um pouco mais alcóolica”, elucidou Gabriel. A Jeropiga se compara a um vinho licoroso, tipo vinho do Porto. É uma bebida para tomar como aperitivo ou como uma sobremesa, explica.

Ele participa da feira junto com o pai e a mãe Rosângela Dias, proprietários da Agroindústria Costa Dias, pelo segundo ano consecutivo. O processo produtivo do jerop da Ilha dos Marinheiros é considerado patrimônio cultural imaterial do município de Rio Grande.

Tradição familiar: Rosângela e Gabriel Dias, da vinícola Costa Dias, de Rio Grande. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)
Tradição familiar: Rosângela e Gabriel Dias, da vinícola Costa Dias, de Rio Grande. (Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi)

*Informações do repórter Rodrigo Martins

Convite Especial

O secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Ronaldo Santini, convida o público da Serra à visitar a Expointer. A feira acontece até 3 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O Pavilhão da Agricultura Familiar funciona todos os dias da feira, das 8h às 20h.

“O balanço do primeiro final de semana foi maravilhoso. […] superamos todas as expectativas, batemos o recorde na comercialização, mas queremos que todos vocês visitem”, conta o secretário.

Confira o recado na íntegra:

Logo Sanar. (Imagem: Reprodução)
Logo Sanar. (Imagem: Reprodução)