Morreu nessa terça-feira (10) Ney Machado, homem baleado na noite de segunda-feira (09) no bairro Petrópolis, em Passo Fundo. Machado foi surpreendido enquanto trabalhava na sua fruteira. Ele chegou correr, mas foi atingido por disparos efetuados por indivíduos em um carro na Rua Dom Pedro II.
O Corpo de Bombeiros levou ele ao Hospital de Clínicas. Ele passou por cirurgia, mas faleceu durante a tarde desta terça. A Delegacia de Homicídios da cidade ainda não identificou a motivação para o crime.
Ney Machado foi ligado ao tradicionalismo de Passo Fundo. Por muitos anos esteve à frente do CTG Fagundes dos Reis como patrão da entidade.
MUNDO DO CRIME
Ney Machado deixou Passo Fundo para virar patrão do tráfico. Era o braço direito de Fernandinho Beira-Mar, controlando as operações de fornecimento de droga do criminoso no sul do Brasil. Morou no Estado até 1996, quando teve a prisão decretada e fugiu para o Paraguai. Conhecido como Pitoco, foi preso em 19 de fevereiro de 2001 na região de Barranco de Minas, na Colômbia, durante a Operação Gato Negro do Exército do país. Ele estaria sob proteção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em 2005, foi extraditado para o Brasil.
Ney Machado chegou a ser apontado como o responsável por 70% da droga que entrava no Rio Grande do Sul no início dos anos 2000. Investigações feitas pela Polícia Federal entre o final de 2005 até início de 2007, apontaram que a quadrilha a qual Ney pertencia movimentava cerca de R$ 500 mil por semana com o tráfico, alcançando até R$ 2 milhões por mês.
A droga era levada da Colômbia para o Paraguai em forma de pasta-base. Além do transporte terrestre, uma das principais formas de entrada da cocaína no Rio Grande do Sul era através dos arremessos aéreos em propriedades da região.
Ney também tinha relação com outro conhecido grande traficante, José Paulo Vieira de Mello, o Seco, que assumiu o seu lugar quando ele foi preso. A amizade dos dois nasceu em Passo Fundo, quando ambos moravam na Petrópolis e se conheceram em eventos esportivos.
Ney foi preso e, em 2018, adquiriu o direito a progressão para o regime semiaberto. Ele estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Então, se apresentou no Instituto Penal Padre Pio Buck em Porto Alegre para a colocação de tornozeleira eletrônica. Desde então seguia no semiaberto quando nesta semana sofreu o ataque.
Com informações da Rádio Uirapuru