A projeção foi feita durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (19), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) visando esclarecimento obre a amostra de Doença de Newcastle identificada no Rio Grande do Sul.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o impacto no mercado de exportações da carne de frango do Rio Grande do Sul pode chegar até 15% no pior dos cenários. Contudo, ele ressalta que parte dos produtos exportados se referem a pés e patas e não deve alterar o mercado interno. Além disso, tem a opção de ser redirecionado para outros compradores. Atualmente, o RS é responsável pela produção de cerca de 160 mil toneladas mensais de frango, 15% da produção nacional. Já o país produz em média 1,2 milhão de toneladas mês, destas 430 mil toneladas exportadas. “O Brasil tem sido muito transparente com o mundo e com o nosso consumidor“, garante Santin. A forma como o caso está sendo conduzido também foi ressaltada pelo presidente da ASGAV, José Eduardo dos Santos. “Destacar a seriedade de como está sendo conduzido o caso tanto pelo serviço do Estado quanto pelo Ministério da Agricultura, sendo fundamental para a informação correta e verdadeira“.
O caso foi registrado em uma granja comercial na cidade de Anta Gorda , em local que havia sofrido uma intempérie no telhado. Dos 14 mil animais do espaço, sete mil morreram, mas apenas uma amostra da doença foi confirmada até o momento. Já o restante das aves precisaram ser sacrificadas.
Diante do problema, o governo brasileiro cumpriu o protocolo internacional e comunicou o mercado externo realizando alguns autoembargos. A exportação foi suspensa para alguns países como China e Argentina, além da União Europeia. Já para o Japão foi realizado o embargo em uma raio de 50km da granja e para a Arábia Saudita apenas no Rio Grande do Sul.
O que é Doença de Newcastle
A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais.
De notificação obrigatória a OMSA, ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.
Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
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