Na condição de testemunhas, o marido de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo de Natal em Torres, e a sogra dela, Zeli Teresinha dos Anjos, prestaram depoimentos na Polícia Civil nesta segunda-feira (20). Os dois foram ouvidos por mais de 10 horas.
De acordo com a polícia, Zeli desconfia que a farinha que utilizou para fazer a sobremesa tenha sido contaminada no final de novembro. Ela afirma que recebeu a nora, o filho e o neto na casa em que reside, em Arroio do Sal, cerca de um mês antes das mortes causadas pela ingestão do alimento.
Na ocasião, Zeli afirmou que esteve na cozinha com Deise e que lá haviam pacotes de farinha. Ela desconfia que um dos itens, que estava aberto, foi intoxicado com arsênio.
O encontro na cozinha também foi relatado por Deise, no depoimento que prestou antes de ser presa, no dia 5 de janeiro. A investigada confirmou que esteve na casa da sogra, entre os dias 16 e 19 de novembro de 2024.
Além disso, Deise também mencionou que, junto com a sogra, conseguiu limpar uma geladeira que as duas limparam com água sanitária, vinagre e bicarbonato de sódio. A suspeita ainda afirmou ter deixado alimentos de sua casa na residência de Zeli, como caixas de leite, achocolatado em pó, entre outros. Os investigadores não descartam que a farinha contaminada com arsênio estivesse em meio aos produtos.
Marido admite possibilidade de ter sido envenenado
No testemunho, o companheiro de Deise confirmou que foi hospitalizado por intoxicação alimentar no ano passado, e que se sentiu mal após consumir um suco de manga. Ele admitiu a possibilidade de ter sido envenenado pela esposa.
Esta foi a primeira vez que o marido de Deise reconheceu as suspeitas que recaem sobre a esposa em um registro policial. Quando foi ouvido pela primeira vez, em 26 de dezembro, o homem alegou que, apesar das desavenças entre Zeli e a esposa, não via razões capazes de motivar um envenenamento.
Fonte: Correio do Povo