Os anos de 2020 e 2021 representaram quedas significativas nas receitas para diversos setores da economia, dentre eles, o comércio. Todavia, recentemente, a Fecomércio RS divulgou uma pesquisa em que o índice de confiança dos empresários desta área é o maior desde o final do ano passado.
Dessa forma, diante dos dados apresentados, o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC-RS) atingiu os 118,6 pontos em junho de 2022. Tal nível é o maior desde dezembro de 2021 quando marcou 119,8 pontos. Entretanto, ainda segue cerca de 5% abaixo do último levantamento feito em março de 2020, com 124,7.
Mesmo assim, conforme a Fecomércio, o resultado do ICEC-RS possui uma perspectiva de crescimento. Tudo isso em evidência de uma recuperação após perdas ocorridas posteriormente ao índice de novembro de 2021, com 124,3 pontos. Para a entidade, a melhora é mais evidente na avaliação de condições atuais, que registrou 104,8 pontos (o maior desde novembro 2021 – 106,1 pontos) e trouxe melhora em todos os aspectos analisados. Na comparação com o mês anterior houve aumento de 4,4% e em relação a junho 2021 a alta foi de 51,6%.
E na Serra Gaúcha?
Após receber o levantamento produzido pela Fecomércio, a reportagem procurou especialistas do setor na Serra Gaúcha. Dessa forma, para o presidente do Sindilojas de Bento Gonçalves, Daniel Amadio, em 2020 era esperada uma grande retomada da economia, entretanto, com a chegada da pandemia, isso foi abreviado. Posteriormente, em 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia foi outro fator a prejudicar o setor.
Sobre os números do ICEC, Amadio comentou.
“Então, ainda temos um espaço a ser recuperado e, nesse sentido, a gente vê que o empresário está otimista, está apostando que tudo isso passe, que não surja nenhum novo problema e ele possa voltar a retomar a sua economia, voltar a gerar empregos, de muitos que foram desfeitos nesse período todo e com isso ele possa ter uma tranquilidade”.
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Mesmo assim, os momentos de pandemia foram de adaptação para os empresários do comércio. Questões como receber os clientes diretamente nos balcões de venda das lojas migraram para plataformas digitais. Com isso, uma reformulação do modelo de venda como muitos estavam acostumados, foi necessária.
“Isso acabou ficando porque nós criamos um hábito do consumidor que muitas vezes ele gostou, e com isso ele quer continuar sendo atendido dessa maneira e o empresário precisa estar atento a isso. Então, muita gente já está migrando para uma loja híbrida que a gente está definindo. Não é aquela loja totalmente e-commerce, mas também uma loja híbrida, porque ela tem o presencial misturado com o atendimento através de meios virtuais e de plataformas digitais. Então, nesse sentido, se cria um misto de comércio varejista muito interessante. Ou seja, ‘vou atender meu cliente da maneira que ele quiser’. Se ele quiser vir até a minha loja ter uma experiência, ele terá. Não, eu quero ficar em casa, quero ser atendido no conforto da minha casa também terá”.
Em tempo, outra questão que vem facilitando esse processo de compra são as formas de pagamento. A última lançada é o PIX, transferência sem custos e instantânea.
E o que diz o comércio?
Ao mesmo tempo, a equipe de reportagem do Grupo RSCOM também entrou em contato com empreendedores do setor. Dentre estes, Camila Bedin Vaz, empresária do setor de decoração em Bento Gonçalves.
Para ela, a adaptação foi clara, principalmente por sofrer com algumas demoras por parte de seus fornecedores. Assim, a empresária fez uma avaliação.
“Esse problema, que foi gerado durante a pandemia, fez a nossa loja se adaptar. Se adaptar da seguinte forma: a gente trabalha hoje com um estoque, então esse estoque contempla mais de mil rolos de papel de parede, mais de 500 tapetes de diversas medidas, a linha dos tecidos, das persianas, das cortinas, nós também tivemos que ter um estoque”.
Todavia, sobre a confiança dos empresários do setor, Camila foi enfática ao dizer que sim, também percebeu uma melhora significativa nos últimos meses em seu empreendimento.
“Então, hoje, no nosso ramo, está muito bom. Está tendo um crescimento, com certeza”, avaliou a empresária que possui loja há oito anos.
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A empresa de Camila, por exemplo, já obteve um crescimento de cerca de 30% quando comparado junho de 2022 com o mesmo mês em 2021. Sobre a retomada econômica, ela ainda apresentou o seu ponto de vista para tal justificativa.
“As pessoas já estão entendendo, já sofreram e até entenderam essa questão da da pandemia. E estão investindo hoje muito mais no seu conforto, no conforto, no bem estar. No nosso ramo, na questão da decoração e investindo melhor estar com os seus familiares, estar melhor no seu trabalho, com os seus colegas de trabalho. Então o pessoal está investindo no conforto hoje em dia. Então, para nós, no nosso ramo, teve essa demanda de crescimento”.
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