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"É possível promover mudança", diz procurador do Estado que fará palestra na UCS contra o racismo

Jorge Luís Terra da Silva abordará o tema 'A influência dos fenômenos raciais nos julgamentos e nas tomadas de decisão' em evento organizado pela OAB Caxias e Área do Conhecimento de Ciências Jurídicas da universidade em Caxias do Sul

Foto: Carmela Grüne/Divulgação
Foto: Carmela Grüne/Divulgação

O procurador do Estado Jorge Luís Terra da Silva é o palestrante do evento ‘Unidos contra o Racismo’, que ocorre nesta quarta-feira (25), às 19h30, em Caxias do Sul. A atividade aborda aspectos jurídicos e sociais sobre formas de combater o racismo e será aberta ao público no Bloco J da Universidade de Caxias do Sul (UCS) com a promoção da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) — Subseção de Caxias do Sul e da Área do Conhecimento de Ciências Jurídicas da UCS. É necessário fazer inscrições neste link.

Com grande experiência na área, Terra abordará o tema ‘A influência dos fenômenos raciais nos julgamentos e nas tomadas de decisão’.

“Os fenômenos raciais e sua influência na vida das pessoas e das instituições são complexos. Minha missão é, com simplicidade, mostrar como isso ocorre e como é possível promover mudança. Espero que as pessoas compareçam e se sintam estimuladas a também falar porque a comunicação é um dos caminhos de transformação na forma de convivermos. Devemos conviver focados no reconhecimento, na justiça e no desenvolvimento coletivo”, explica o procurador.

Professor universitário e com doutorado pela PUCRS, Terra foi a terceira pessoa negra a ocupar um cargo na Procuradoria-Geral do Estado, sendo antecedido por outros dois profissionais.

“A primeira, para nosso orgulho, foi uma mulher, doutora Maria Heoniza do Nascimento. Entendo que as pessoas precisam de referências positivas. Precisam se desafiar, acreditar em seus potenciais e saber que algumas pessoas, encarando dificuldades semelhantes, alcançaram seus objetivos com dedicação e com planejamento.”

É esse histórico de vida do procurador que vai, de certa forma, estar no contexto da palestra desta quarta.

“Sou uma pessoa preocupada com a melhoria da vida das pessoas e penso que um dos caminhos é trabalhar para que pessoas sejam tratadas com justiça e respeito. Sigo três lições de minha casa: quando eu era pequeno e disse para meu avô que queria ser jogador de futebol, ele disse que tinha que saber usar os dois pés. Ele me treinava e eu só podia utilizar o pé esquerdo na maior parte do tempo. Meu avô me ensinou o que é dedicação. Minha mãe sempre me dizia que eu deveria sempre entregar o troco, ensinando-me o valor da honestidade e minha vó, sempre me disse que eu não era melhor ou pior do que ninguém. Ensinou-me a importância da igualdade”, pondera.