Comportamento

Dois meses após temporal, casas seguem interditadas em São Marcos

Moradores fazem apelo para que a situação seja resolvida o mais rápido possível

Dois meses após temporal, casas seguem interditadas em São Marcos
Foto: Especial Leouve

As fortes chuvas que atingiram a região de São Marcos no dia 29 de maio acabaram trazendo a tona um problema antigo da população sãomarquense. Um barranco localizado na Rua Severino Brochetto, Loteamento Colina Sorriso, acabou deslizando com a força das águas e atingindo parcialmente algumas casas.

Três dessas residências foram interditadas no dia 7 de junho pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, sendo que duas famílias foram para casas de parentes e uma foi acolhida pelo aluguel social. Outra família que também teria sua casa interditada, se recusou a sair da residência.

Os moradores relatam que só interditaram as casas devido as mobilizações feitas por eles e pelas reportagens que a imprensa local fez. “Até os Bombeiros no dia, estavam se negando a vir ali, a fazer a ocorrência e interditar. Que eles dependiam do Poder Público e da Defesa Civil. Fizemos pressão e nos mobilizamos dizendo que a gente ia acampar na frente da prefeitura e na Corporação de Bombeiros. Onde já se viu os bombeiros se negar a prestar socorro?”, relatou a moradora Cristiane Gomes.

Em contato com os bombeiros o Sargento Alan relatou que a prefeitura vem avaliando a melhor alternativa para sanar o problema, mas se trata de uma situação bem complexa. “O Corpo de Bombeiros Militar de São Marcos, por solicitação de uma moradora de uma das casas interditadas, realizou vistoria nas moradias que apresentavam risco devido à um barranco localizado nos fundos das residências. Foi constatado o risco citado e então, juntamente com a Assistência Social e Secretaria do Meio Ambiente da prefeitura de São Marcos, realizou a interdição total das residências. Um engenheiro da prefeitura confirmou o risco através de laudo. O corpo de bombeiros somente irá produzir documento de desinterdição quando for apresentado novo laudo sanando o risco” explicou o Sargento Alan.

Cristiane relata que estão fazendo pressão psicológica para que os moradores desanimem e acabem voltando para lá antes que algo seja feito. “Eles ficam enrolando, não comunicam pra gente o dia que irão lá, é só promessas. Nós estamos vendo, estamos estudando, estamos falando com o engenheiro, com o geólogo, mas de concreto agora vai fechar dois meses e eles não fizeram nada, não puseram a mão em nada”,

E contato com a prefeitura conversamos com o Secretário de Meio Ambiente Fabiano Varella que relatou que foram feitas as avaliações com a equipe de engenheiros da prefeitura para ver a possibilidade de fazer a estabilidade daquele talude, porém houve o problema das chuvas. “O problema é mais complexo do que se imaginava. Então a gente está vendo para contratar um estudo geotécnico para ver qual é a melhor possibilidade de fazer a estabilidade do talude. E ao mesmo tempo, ver a questão de custo dessa obra, que isso vai ter um custo dependendo do estudo. Mas, a gente precisa fazer uma avaliação se vale a pena fazer essas obras de estabilização ou fazer a retirada dessas famílias para outro local. Por isso que está tendo essa demora em função da gente ter a necessidade de fazer esses estudos” relata Fabiano.

Segundo os moradores, esse problema é antigo, entre os anos de 1989 à 1992 o então Prefeito Edejaime Ciatto desapropriou essa área devido o perigo de desbarrancamento. Porém no ano de 1997 o Prefeito em exercício na época, Adair Casarotto, construiu o Loteamento Colina Sorriso, alegando que na época, a obra teve acompanhamento e aprovação da engenharia da própria prefeitura. Porém em 2015 o caso se repetiu e duas famílias foram retiradas do local pelo mesmo problema.

“O que eu quero deixar claro é que em nenhum momento a administração municipal se cortou das suas obrigações, visto que atendeu às famílias num momento de necessidade, continua dando essa assistência e a gente precisa fazer isso com segurança, porque o barranco é alto, a gente precisa dar segurança para as pessoas que vão executar a obra também. Em caso de decisão, de se optar por estabilização e o rebaixamento desse talude” relata Fabiano Varella Secretário de Meio Ambiente.

Cristiane Gomes deixa seu apelo a população: “Nós estamos cansados de conversar com um e conversar com o outro e eles ficam fazendo reuniões de portas fechadas e não nos comunicam nada e não nos dão resultado de nada. Estão só nas promessas. Estamos a mercê, preciso da ajuda e apoio de toda população, fazem dois meses que saímos dali e nada foi feito, todo mundo se isentando e fugindo das responsabilidades. Faço um apelo a todos, quem puder nos ajudar de alguma forma”.