Comportamento

Despedida do radialista Ricardo Ló é marcada por emoção e música em Farroupilha

Foto: Cristiano Lemos/GrupoRSCOM
Foto: Cristiano Lemos/GrupoRSCOM

O velório e o sepultamento do radialista Ricardo Ló, de 71 anos, ocorrido nesta segunda-feira (13), reuniu dezenas de pessoas entre familiares, colegas da imprensa, amigos e a comunidade que esteve presente para de despedidir do comunicador que dedicou quase 50 anos de vida ao rádio.

Durante a cerimônia houve música com o Grupo Nei Tempi Del Filó, que entoaram canções em português e em talian, dialeto muito defendido por Ló. Seis sacerdotes estiveram presente durante a missa realizada na Capela B do Memorial São José.

Ló foi atropelado por um veículo, ainda não identificado, por volta das 6h20min do domingo (12), enquanto ia para seu trabalho, nos estúdios da Rádio Miriam, no Santuário de Caravaggio. O atropelamento ocorreu no cruzamento da Rua 13 de Maio com a Avenida Armando Antonello. O condutor do carro fugiu sem prestar socorro.

(Foto: Dilvugação)

O radialista realizava esse trajeto todos os domingos, sempre ao amanhecer, saindo de casa no bairro Imigrante e após pegava carona com um casal de amigos para chegar na igreja. Durante a semana ele trabalhava nos estúdios no centro da cidade, onde também, sempre ia caminhando.

O amigo e colega de rádio, José Theodoro, comentou sobre a rotina de Ló, que conhecem no final dos anos 80, em Flores da Cunha.

“Ricardo é um ícone do rádio na nossa região. O Ricardo Ló inspirava muito a gente pelo astral que ele tinha né? Todos os dias ele estava de bem com a vida. Uma rotina de vída bem prórpia dele, de levantaer cedo, ir para a rádio, ia pra casa almoçar e depois voltava para apresentar o esporte. Nos finais de semana, eu faço o plantão de manhã, e lá pelas 8h30 ele chegava com o Tadeu, separa os discos e CD´s para a próxima semana e ia a pé até a tenda onde alguém dava carona para ele”, disse.

Nascido em Mundo Novo, no interior de Farroupilha, Ricardo passou uma temporada em São Paulo, na década de 60, onde trabalhou na Rádio América. No começo dos anos 70 voltou para a Serra Gaúcha e começou a dar aulas de Religião e de Música em escolas da cidade até que passou em um concurso para locutor, em 1974. Não saiu mais das rádios. Passou por várias como repórter esportivo e em 1993 retornou à Rádio Miriam, na qual estava até hoje.

Theodoro também lembrou que a emissora tinha planos para Ricardo, com a migração para o FM e a valorização do talian, que ele tanto amava.

“Agora com o FM, a gente tinha sentado e planejado com ele que o programa dele iria até o meio dia no nomingo, porque eu entendo que ele foi o grande resposável pelo talian, se hoje existe esses movimentos, ele foi o responsável. Então eu tinha falado com ele que ele iria fazer até o meio dia porque este é o programa mais importante da Miriam e ninguém faz como ele. Na quinta tivemos uma reunião para alinhar isso e os olhos do Ricardo brilhavam. Não deu tempo, Ricardo. Mas tenho certeza que tu está conosco”, disse emocionado.

Conforme a Polícia Civil, já está em andamento a investigação para identificar o carro e o condutor envolvido no acidente. Serão analisadas imagens de câmeras de monitoramento das redondezas do ponto do atropelamento.