Caxias do Sul

Desenho de um palhaço em praça do 12º BPM causa indignação entre brigadianos

Desenho de um palhaço em praça do 12º BPM causa indignação entre brigadianos Desenho de um palhaço em praça do 12º BPM causa indignação entre brigadianos Desenho de um palhaço em praça do 12º BPM causa indignação entre brigadianos Desenho de um palhaço em praça do 12º BPM causa indignação entre brigadianos
Mensagem mandada por um policial mostra a indignação com o desenho. Reprodução: WhatsApp
Mensagem mandada por um policial mostra a indignação com o desenho. Reprodução: WhatsApp
Mensagem mandada por um policial mostra a indignação com o desenho. Reprodução: WhatsApp

Mesmo antes de sua inauguração, prevista para a segunda-feira, dia 10, a Praça Tiradentes, construída dentro da 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Caxias do Sul para ser um espaço de convívio para a corporação, virou objeto de discórdia e polêmica depois da finalização do mural pintado pelo artista caxiense Fábio Panone Lopes nesta sexta-feira, dia 7.

A ideia de fazer desenhos com cores que chamam a atenção, aliados com a natureza, não caiu bem para alguns policiais que acreditam que o espaço deveria ter uma pintura mais discreta para manter a postura de seriedade.

Mas o real motivo do descontentamento é um detalhe da pintura de Lopes, que gerou a insatisfação de diversos policiais. O que chamou a atenção dos policiais é o desenho de uma carranca, que, segundo o depoimento de vários policiais que não quiseram se identificar, lembra a imagem de um palhaço, figura que não é bem vista entre os brigadianos, uma vez que o desenho costuma a ser associado a roubo e também à morte de policiais.

De acordo com um policial que está na Brigada Militar (BM) há mais de 15 anos, o desenho foi de mal gosto e não respeita os valores da instituição. “Falta de respeito. Eu não gostei de ter passado pela figura ao término do meu trabalho nesta tarde. Conversei com outros colegas de farda e eles também não gostaram, pois se sentiram invadidos”, lamenta.

A impressão é a mesma de outros colegas de farda, e até o comandante do 12º BPM, o major Jorge Emerson Ribas, afirmou que estranhou a imagem. Segundo ele, o artista acabou utilizando um espaço maior do que o originalmente previsto no projeto do arquiteto Geysson Marin Farina, responsável pela obra. “Acho que o pintor meio que se emocionou com o espaço. Eu também não gostei do desenho, mas o arquiteto me argumentou que o que foi desenhado era a representação de uma carranca, que na interpretação do artista serve para afastar os maus espíritos”, explica.

Ribas confirmou que na manhã deste sábado, dia 8, deve haver uma reunião com o arquiteto responsável pela obra para avaliar a possibilidade de chamar o artista para refazer o desenho, já que a figura de um palhaço ou de uma carranca que lembre o palhaço, segundo ele, não cabe para local.

Mesmo com a polêmica, que deverá ser contornada a partir do sábado, o major acredita que a ideia é boa, e reforça a informação de que todo o material utilizado no espaço são fruto de doações de parceiros do 12º BPM. “Nem imaginávamos fazer algo tão bom. A ideia era fazer um gramado e colocar alguns banquinhos, mas aí evoluiu e o lugar ficou melhor do que imaginávamos, e sem gastar um real do dinheiro público. Todo o material foi doação, e se alguém quiser fazer doações para o conserto de algumas viaturas, será muito bem-vindo”, afirma.