Brasil

Na Cúpula da Amazônia, Lula afirma que US$ 100 bi de ricos para financiamento climático são "insuficientes"

Presidente do Brasil teceu críticas aos posicionamentos dos países desenvolvidos e pediu maior participação para países com maiores reservas florestais

cúpula da amazônia
Evento ocorre em Belém (PA) com chefes de Estado de países amazônicos (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na Cúpula da Amazônia, que os U$s 100 bilhões anuais prometidos, desde 2009, pelos países ricos para o financiamento climático de nações em desenvolvimento já não são suficientes. A declaração ocorreu em discurso nesta quarta-feira (9).

Na visão de Lula, quem tem maiores reservas florestais e maior diversidade merece maior representatividade no Fundo Global. Desta forma, criticou a pouca participação de países como Brasil, Colômbia, Equador, Congo e Indonésia no fundo. Para ele, a estrutura atual acaba por favorecer os países desenvolvidos.

O Presidente do Brasil definiu, ainda, como “inexplicável” que mecanismos de financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente, reproduzam “lógica excludente”. Ele referia-se às instituições financeiras internacionais criadas na Conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu o dólar como moeda para o comércio internacional.

Também na Cúpula da Amazônia, Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “neocolonialismo verde” a adoção de medidas discriminatórias e barreiras comerciais que, na visão dele, desconsideram marcos normativos e políticas domésticas dos países que ainda detêm florestas em seus territórios.

“Quero convidar especialmente outros países com florestas tropicais para que se somem a esse esforço. A Declaração Conjunta que adotaremos hoje será o primeiro passo para uma posição comum já na COP28, este ano, com vistas à COP30. Junto com nossos companheiros da África e da Ásia, podemos aprofundar as trocas de experiências sobre a proteção das florestas e seu manejo sustentável”, acrescentou